|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Atuação de Lula no 1º turno será restrita a SP
KENNEDY ALENCAR
EM SÃO PAULO
Com exceção de São Paulo, o
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva decidiu que não participará publicamente das campanhas de petistas e aliados antes
do primeiro turno das eleições
municipais, em 5 de outubro.
No segundo turno, Lula subirá
em palanques e gravará participação no horário eleitoral gratuito nas grandes cidades em
que houver um claro embate
entre o candidato do governo
federal e o da oposição.
A participação de Lula na
campanha da ex-ministra Marta Suplicy ainda será discutida
com o jornalista João Santana,
marqueteiro da candidata do
PT à Prefeitura de São Paulo.
Além de gravações para o programa eleitoral, Lula pretende
ir a alguns eventos.
O presidente decidiu adotar
um comportamento mais discreto no primeiro turno para
não melindrar aliados. Há vários casos nos quais os partidos
que apóiam o governo Lula -14
deles com representação no
Congresso- possuem candidatos simultaneamente.
O Rio de Janeiro é um caso
exemplar. Contra a vontade de
Lula, o PT lançou Alessandro
Molon. O presidente queria
que Molon desistisse em favor
de Jandira Feghali (PC do B). A
atuação do presidente, que fez
reunião na semana passada para tentar viabilizar essa aliança,
desagradou ao senador Marcelo Crivella (PRB), aliado do governo candidato a prefeito.
A reação de Crivella e a dificuldade do PT em ceder a um
aliado tradicional levaram Lula
a se recolher, de acordo com
um auxiliar direto. Lula já tem
dificuldade para manter coesa
no Congresso uma base de
apoio parlamentar composta
por forças tão diferentes.
Uma ação forte em favor de
alguns candidatos geraria ressentimentos de difícil administração no cenário pós-eleitoral,
justamente nos dois últimos
anos de governo do petista. Escaldado com o escândalo do
mensalão (2005), quando perdeu força política e enfrentou
três CPIs no Congresso, Lula
não deseja dar oportunidade
para crises ou turbulências no
Legislativo federal.
O presidente abriu exceção
para São Paulo porque conseguiu viabilizar uma chapa do
PT com os aliados do PC do B,
do PSB e do PDT e porque julga
fundamental derrotar o PSDB e
o DEM na maior cidade do país.
Para Lula, o PT poderá ter dificuldade para costurar uma
aliança ampla nas eleições de
2010. Na opinião do presidente,
as eleições municipais serão
um teste para o sucesso dessa
coligação ampla daqui a dois
anos. No entanto, o presidente
avalia que o PT terá dificuldade
para arregimentar apoio em
2010 por não abrir espaço para
aliados agora nestas eleições.
Texto Anterior: PT aluga imóvel para convenção por R$ 25 mil Próximo Texto: Investigação: Prefeito de Nova Iguaçu e mais 7 são denunciados por fraude Índice
|