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Greenhalgh nega lobby em torno da fusão de telefônicas
Ex-deputado petista afirma que só advogou para Dantas
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-deputado federal Luiz
Eduardo Greenhalgh (PT-SP)
negou ontem, em nota, ter feito
lobby em torno da fusão das
operadoras de telefonia Brasil
Telecom e Oi. A partir de interceptações telefônicas da Operação Satiagraha, a Polícia Federal concluiu que Greenhalgh
teria discutido valores que poderiam ser pagos pela fusão.
O ex-deputado, que é advogado em São Paulo e não respondeu a um pedido de entrevistas
feito pela Folha, protestou
contra conclusões da PF. Ele
negou ter discutido "propina,
porcentagem ou recursos". "O
diálogo em questão tratava de
uma negociação em curso e os
valores citados se referiam a
essa negociação como um todo.
Não há no diálogo nenhuma
menção a tentativa de lobby."
Greenhalgh assim definiu o
trabalho que prestou ao banco
Opportunity: "Meu trabalho
consistiu em analisar processos em curso envolvendo o
banco Opportunity, nas esferas
civil e criminal. Advoguei. Ajudei a conformar as propostas
que foram exaustivamente debatidas entre as partes, até chegar ao acordo final. Advoguei. A
negociação que resultou na
criação da BrOi, foi árdua, foi
longa, foi tensa, mas não teve
nenhum ilícito".
Segundo o petista, "jamais,
no trabalho profissional prestado ao grupo Opportunity, se
discutiu propina, porcentagem, recursos para campanha
eleitoral de quem quer que seja. Isto é uma calúnia a que vou
repelir, custe o que custar".
O advogado reclamou de reportagem divulgada ontem pelo jornal "O Globo" no qual é
dito que a PF acusou o ex-deputado de ter pedido "US$ 260
milhões para viabilizar a Supertele" (fusão das duas telefônicas). No último dia 17, o teor
do diálogo foi revelado pela Folha, na reportagem intitulada
"Grampo sugere que petista
discutiu valores de Supertele".
"Querer ver neste diálogo a
existência de propina, lobby, de
dinheiro para campanha eleitoral é pura má-fé. Além das interpretações distorcidas do delegado Protógenes [Queiroz],
deparo-me com a publicação de
trechos do relatório pela imprensa que ajudam a distorcer
ainda mais as conclusões do delegado."
Greenhalgh também foi flagrado em conversa telefônica
com o chefe-de-gabinete do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, Gilberto Carvalho, na
qual pede que Carvalho faça
uma checagem, com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando
Corrêa, sobre eventual investigação contra o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity.
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