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Encontro da Via Campesina começa sob protesto de fazendeiros no PR
Produtores rurais criticaram uso de prédio público para evento de sem-terra
JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM LONDRINA
A 7ª Jornada de Agroecologia, promovida pela Via Campesina, começou ontem em
Cascavel (PR) com um protesto
de fazendeiros, liderados pela
Sociedade Rural Oeste do Paraná, que criticavam o uso de prédio público para realização do
encontro. A manifestação reuniu cerca de 200 pessoas.
A Polícia Militar evitou o
confronto entre manifestantes
e camponeses, que chegavam
de vários Estados e também do
Paraguai e da Argentina para o
encontro, que deve reunir cerca de 4.000 pessoas. A PM bloqueou o acesso ao campus da
Unioeste, onde ocorre o evento
até sábado.
O presidente da Sociedade
Rural do Oeste do Paraná, Alessandro Meneghel, 43, disse que
o protesto, além de mostrar que
""esses movimentos ditos sociais utilizam os prédios públicos para seus atos", foi também
para revelar "ao povo a demagogia daqueles que querem
produzir sem agrotóxicos e
sem transgênicos".
José Maria Tardin, da Via
Campesina, disse que a manifestação dos fazendeiros mostra "a disputa entre a produção
independente defendida pelos
agricultores familiares e o modelo dependente que homens
do agronegócio defendem".
Meneghel tentou justificar a
baixa adesão ao protesto dos fazendeiros. ""Esse pessoal [da
Via Campesina] pode reunir
muita gente, já que ninguém
trabalha. Mas nós temos nossas
obrigações".
Na abertura do evento da Via
Campesina, o palestrante foi o
coordenador do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), João Pedro
Stedile. "Estatisticamente, o
governo Lula usa uma mesma
artimanha [do governo] de
FHC, que é insuflar os dados
com projetos de colonização da
Amazônia que não dão certo."
Com LUIZ CARLOS DA CRUZ , colaboração para
a Agência Folha, em Cascavel
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