|
Próximo Texto | Índice
Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Nem vem
Preocupados com a situação de seu candidato em
São Paulo, cardeais do PSDB estão procurando seus
pares do DEM para, com todo o cuidado possível, tentar vender o seguinte peixe: é Geraldo Alckmin, e não
Gilberto Kassab, o provável adversário de Marta Suplicy no segundo turno. Portanto, segundo o raciocínio tucano, seria o caso de fazer algum tipo de jogo
combinado para não fortalecer demais a petista.
Os "demos" não reagiram bem à abordagem dos
parceiros de oposição. Rejeitaram a tese de que Kassab está fora do segundo turno e, mais ainda, a idéia de
transformar sua campanha em linha-auxiliar da de
Alckmin. Jorge Bornhausen, um dos procurados, foi
taxativo: "Não há o que conversar neste momento".
Road show 1. Aécio Neves pretende se licenciar do
governo de Minas a partir do
dia 15 para dedicar duas semanas às eleições. Além de
bater ponto na campanha de
Márcio Lacerda (PSB) em Belo Horizonte, quer percorrer
as regiões Norte e Nordeste.
Road show 2. A idéia de
Aécio é subir nos palanques
em cidades onde os tucanos
sejam competitivos, como
Salvador, São Luís e Teresina.
O objetivo é angariar apoios
no partido e começar a combater um dos pontos fracos
para 2010: o fato de ser pouco
conhecido fora de Minas.
Escudo humano. Com a
decisão de Lula de não ir a
praças eleitorais onde haja
bola dividida, quem enfrenta
a ira de aliados preteridos é o
ministro José Múcio. O responsável pela articulação política está sendo acusado de
"esconder" o presidente para
evitar cizânia na base aliada.
Share. Dilma Rousseff (Casa
Civil) foi aconselhada por Lula a priorizar a participação
nas campanhas com boa dose
de sucesso eleitoral. Assim,
disse o presidente, a ministra
ajuda o candidato, mas trata
do mais importante: alavancar o seu próprio nome para
daqui a dois anos.
Bolsa-campanha. Patrus
Ananias é outro citado como
presidenciável que está com o
bloco na rua. O ministro do
Desenvolvimento Social percorre neste fim de semana
quatro Estados do Nordeste,
com custos pagos pelo PT.
Plumagem. Aliado ao
PSDB no Rio, Fernando Gabeira (PV) chamou Edmar Bacha, um dos pais do Real, e Armínio Fraga, ex-presidente
do Banco Central na era FHC,
para elaborar seu programa
de governo para a economia.
Eles ainda não responderam,
mas as conversas vão bem.
Cinema paradiso. A
campanha de Luizianne Lins
(PT) montou telão itinerante
para exibir o programa de TV
da prefeita cada dia num bairro de Fortaleza. Junto com a
sessão, a militância faz bandeiraço e distribui material.
Mordaça. Antonio Imbassahy (PSDB) conseguiu liminares para que duas rádios sejam proibidas de mencionar
seu nome em Salvador. O tucano alegou que as rádios Metrópole e Nova Salvador faziam campanha difamatória.
Para lembrar. O DEM vai
bater na tecla de que o PT foi
contra a quebra do monopólio
estatal do petróleo, modelo
que teria propiciado a descoberta dos campos da camada
pré-sal. É a forma de reivindicar um quinhão na atual corrida do ouro negro.
Pressa. O PMDB da Câmara
definiu para 8 de outubro a
data para oficializar a candidatura de Michel Temer (SP)
à presidência da Casa. Os aliados do presidente da sigla
querem neutralizar de vez adversários internos da bancada
e os senadores da legenda, que
hesitam em abrir mão da candidatura na Casa vizinha.
Cadê?. A CPI das ONGs deu
ultimato no Ministério do Desenvolvimento Agrário e no
Incra para que enviem dados
de convênios solicitados há
três meses em requerimento
de Sérgio Guerra (PSDB-PE).
Tiroteio
"Para o bem do Brasil, o Supremo editou uma
súmula que diz aos políticos o que a sociedade já
sabe: no serviço público, parente é serpente."
Do filósofo ROBERTO ROMANO, professor de ética na Unicamp, sobre
a decisão do STF que proibiu o nepotismo na administração pública.
Contraponto
Sal grosso
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, conversava com
jornalistas e assessores sobre a viagem que fará nesta semana a Denver para assistir à convenção destinada a homologar a candidatura do democrata Barack Obama à
Presidência dos Estados Unidos.
-Senador, o senhor viu que o McCain passou o Obama
nas pesquisas-, comentou um auxiliar.
Pego de surpresa, o pernambucano brincou:
-Ah, então eu acho que não vou mais...
E completou o desabafo:
-Não agüento mais ver meus candidatos perderem.
Desse jeito vão dizer que sou pé-frio...
Próximo Texto: Alckmin cai e tem 10 pontos sobre Kassab; Marta se isola Índice
|