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CURITIBA
Na reta final, governador do Paraná, do PMDB, tenta reverter tendência de vitória de tucano Beto Richa contra Ângelo Vanhoni
Requião deve se licenciar para ajudar petista
MARI TORTATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O PT de Ângelo Vanhoni aposta
no governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB), como arma
no corpo-a-corpo da última semana de campanha à Prefeitura
de Curitiba. Requião deve deixar
o cargo na terça-feira para dedicar
tempo integral ao esforço de eleger seu candidato na capital do
Estado. Para conseguir o feito, terá de reverter a tendência de vitória de Beto Richa (PSDB) apontada nas pesquisas.
A licença do governo foi indicada pelo próprio Requião na inauguração de um comitê de campanha pró-Vanhoni na noite de
quinta-feira e, desde sexta-feira, é
o desejo coletivo e inconfesso do
comando da campanha petista.
Uma pesquisa Ibope divulgada
pela RPC (Rede Paranaense de
Comunicação) deu ao tucano oito
pontos à frente do petista (49% a
41%, com margem de erro de três
pontos percentuais). Richa venceu a eleição de primeiro turno,
fazendo 35,06% dos votos. Vanhoni fez 31,18%.
"É bastante provável que o governador se licencie na próxima
semana", disse seu porta-voz, Benedito Pires, na sexta. Segundo o
assessor, o assunto seria amadurecido neste final de semana e, em
caso de confirmação, o afastamento se dará na terça. Até ontem, porém, não havia movimentação da burocracia para a transferência do cargo ao vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB).
Uma eventual derrota do petista
em Curitiba será dividida com o
governador. Vanhoni concorre
em uma aliança que tem o vice do
PMDB (Nizan Pereira, ex-secretário de Requião).
Segundo o porta-voz do governo, a licença deve representar "todo o otimismo possível de que o
quadro é reversível" em uma semana. "Oito pontos não são uma
diferença intransponível e pode
não ser tudo isso", diz Pires.
Qualitativas
Ele afirma que as pesquisas qualitativas de monitoramento interno do PT conferem a Requião a
condição de cabo eleitoral com
maior capacidade de transferência de votos do que o presidente
Lula -que esteve em Curitiba segunda e terça e gravou para Vanhoni- e o prefeito Cassio Taniguchi (PFL) -que teve o apoio
rejeitado por Richa, seu vice.
O PT ainda aposta em megacomícios que vai promover na cidade na reta final -três com Alexandre Pires, um com Jota Quest
e um com Leonardo e a dupla
Bruno e Marrone. Os eventos
abrem possibilidade ao candidato, segundo os matemáticos do
partido, de falar a um público de
300 mil pessoas.
No comitê do PSDB não há arma especial, nem grandes estrelas
programas para a reta final, segundo o coordenador-geral, Fernando Ghignone. "É a semana do
mano a mano, que fecha com o
debate [na TV Paranaense, afiliada da Globo], na sexta-feira", diz.
Ghignone afirma que há confiança na militância. "O pessoal
está entusiasmado [com o registro de vantagem nas pesquisas] e,
com isso, reforça o trabalho voluntário de porta em porta".
Com votos mais consolidados
nas classes A e B, Richa, segundo
Ghignone, não teme uma debandada de curitibanos no feriado do
Finados. "Estamos vivendo em
um país pobre", diz, com ironia.
Mas, para afastar qualquer risco, a
propaganda eleitoral tucana vai
reforçar o pedido para que o eleitor só viaje depois de votar.
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