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São Paulo, domingo, 25 de maio de 2003

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SER OU NÃO SER

Lula e Toledo defendem participação do país no Grupo do Rio

Petista quer integrar Cuba

DO ENVIADO ESPECIAL A CUZCO

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a integração de Cuba às 19 nações da América Latina e do Caribe que integram o Grupo do Rio. Lula, que passará a presidir o grupo no ano que vem, anunciou sua intenção ao final da 17ª Cúpula, em Cuzco.
"Pretendo consultar todos os membros do Grupo do Rio para que Cuba possa participar pelo menos como convidado especial. Não vejo nenhum sentido de Cuba estar fora da cúpula. Não sei quais as razões por que Cuba não foi convidada, mas certamente será", declarou Lula.
O presidente do Peru, Alejandro Toledo, atual coordenador do Grupo do Rio, também defendeu a inclusão de Cuba na entidade: "Não sabemos por que Cuba não faz parte, mas queremos que faça". A entrevista coletiva de Lula e Toledo só constou de quatro perguntas, nenhuma sobre o aumento da repressão política por parte do regime de Fidel Castro.
Não há também nenhuma citação direta a Cuba no documento final produzido pela cúpula. Um trecho alerta para "a importância da cooperação entre os países de origem, trânsito e destino para assegurar a plena proteção dos direitos humanos e trabalhistas dos migrantes e suas famílias".
É claro que migração é um problema de todo o continente, não um recado indireto a Cuba, que executou mês passado três pessoas que tentavam deixar o país.
O Grupo do Rio nasceu do Grupo de Contadora, criado para tentar solucionar crises políticas na América Central. Diversos países foram se agregando até o Grupo do Rio ser formado em 1986, com uma declaração assinada na capital carioca, daí seu nome.
O texto assinado pelos representantes de 19 países do Grupo do Rio no final da cúpula lança diretrizes para uma ação comum.
"No âmbito regional latino-americano e do Caribe, constatamos que o aumento e agudização da pobreza, agravada por um novo período de estagnação econômica prolongada, constitui uma ameaça fundamental à governabilidade democrática, com o consequente deterioração da estabilidade de suas instituições e da paz social", diz o documento.
Define como de "caráter prioritário" a superação da pobreza e defende a criação de "mecanismos financeiros inovadores para fortalecer a governabilidade democrática". A proposta peruana de os países latinos terem convertidos em investimentos 20% do que pagam de serviço da dívida externa vai ser apreciada por grupo de trabalho a ser montado.
O documento pede a democratização do Conselho de Segurança da ONU, que precisa "ser reestruturado a fim de assegurar um melhor equilíbrio e representatividade". (PLÍNIO FRAGA)


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