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SER OU NÃO SER
Lula e Toledo defendem participação do país no Grupo do Rio
Petista quer integrar Cuba
DO ENVIADO ESPECIAL A CUZCO
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva defendeu a integração de
Cuba às 19 nações da América Latina e do Caribe que integram o
Grupo do Rio. Lula, que passará a
presidir o grupo no ano que vem,
anunciou sua intenção ao final da
17ª Cúpula, em Cuzco.
"Pretendo consultar todos os
membros do Grupo do Rio para
que Cuba possa participar pelo
menos como convidado especial.
Não vejo nenhum sentido de Cuba estar fora da cúpula. Não sei
quais as razões por que Cuba não
foi convidada, mas certamente será", declarou Lula.
O presidente do Peru, Alejandro
Toledo, atual coordenador do
Grupo do Rio, também defendeu
a inclusão de Cuba na entidade:
"Não sabemos por que Cuba não
faz parte, mas queremos que faça". A entrevista coletiva de Lula e
Toledo só constou de quatro perguntas, nenhuma sobre o aumento da repressão política por parte
do regime de Fidel Castro.
Não há também nenhuma citação direta a Cuba no documento
final produzido pela cúpula. Um
trecho alerta para "a importância
da cooperação entre os países de
origem, trânsito e destino para assegurar a plena proteção dos direitos humanos e trabalhistas dos
migrantes e suas famílias".
É claro que migração é um problema de todo o continente, não
um recado indireto a Cuba, que
executou mês passado três pessoas que tentavam deixar o país.
O Grupo do Rio nasceu do Grupo de Contadora, criado para tentar solucionar crises políticas na
América Central. Diversos países
foram se agregando até o Grupo
do Rio ser formado em 1986, com
uma declaração assinada na capital carioca, daí seu nome.
O texto assinado pelos representantes de 19 países do Grupo
do Rio no final da cúpula lança diretrizes para uma ação comum.
"No âmbito regional latino-americano e do Caribe, constatamos que o aumento e agudização
da pobreza, agravada por um novo período de estagnação econômica prolongada, constitui uma
ameaça fundamental à governabilidade democrática, com o consequente deterioração da estabilidade de suas instituições e da paz
social", diz o documento.
Define como de "caráter prioritário" a superação da pobreza e
defende a criação de "mecanismos financeiros inovadores para
fortalecer a governabilidade democrática". A proposta peruana
de os países latinos terem convertidos em investimentos 20% do
que pagam de serviço da dívida
externa vai ser apreciada por grupo de trabalho a ser montado.
O documento pede a democratização do Conselho de Segurança
da ONU, que precisa "ser reestruturado a fim de assegurar um melhor equilíbrio e representatividade".
(PLÍNIO FRAGA)
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