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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Alckmin busca fundo para campanha pessoalmente
Tucano é o candidato que menos arrecadou até agora entre os líderes na disputa
Sem auxílio de Serra, grupo do ex-governador tenta "furar" bloqueio que crê ter sido imposto à campanha do PSDB por Kassab (DEM)
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-governador Geraldo
Alckmin (PSDB) tem auxiliado
pessoalmente a arrecadar fundos para sua campanha à Prefeitura de São Paulo, a mais
precária financeiramente, segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), entre a dos principais nomes da corrida eleitoral até agora na capital.
Emissários do tucano ligam
para amigos e antigos colaboradores pedindo contribuições financeiras. Se necessário, o próprio candidato entra no circuito para reforçar a solicitação.
Conforme a única parcial divulgada até agora pela Justiça,
Alckmin declarou ter arrecado
R$ 769 mil contra R$ 6,4 milhões de Gilberto Kassab
(DEM) e R$ 1,6 milhão de Marta Suplicy (PT).
Segundo a Folha apurou, o
envolvimento direto do ex-governador no processo tem sido
uma forma de tentar "furar"
um bloqueio que seu grupo
acredita ter sido imposto a sua
campanha por Kassab, com auxílio dos democratas do Palácio
dos Bandeirantes.
Tucanos e democratas, em
campos opostos na eleição, dividem os governos municipal e
estadual. Por conta disso, os
empresários estariam sendo
"orientados" a contribuir apenas com o atual prefeito.
O governador José Serra
(PSDB), de quem Kassab era
vice até março de 2006, está
em viagem ao exterior há pouco mais de uma semana. Ele já
passou pelo Japão e agora está
na Inglaterra, sempre cumprindo agenda oficial.
Sem o auxílio do governador,
o comando da campanha de
Alckmin tem procurado nomes
e segmentos que contribuíram
com campanhas anteriores dele, como em 2002, quando foi
reeleito governador, e em
2006, na derrota para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A meta do tucano até a próxima parcial a ser divulgada pelo
TRE, em 6 de setembro, é superar R$ 1 milhão, o que lhe garantiria o custeio da atual estrutura e o ajudaria a ampliar o
número de cabos eleitorais nos
bairros mais populosos.
Segundo a campanha, os
eventuais colaboradores abordados são mantidos em sigilo,
mas os nomes daqueles que
aceitarem contribuir serão divulgados pelo TRE posteriormente, já que, ainda conforme
a assessoria de Alckmin, o processo é transparente e feito
dentro da lei eleitoral.
"As dificuldades materiais
nós vamos superá-las com a
presença da sociedade na nossa
luta e com a TV, porque mostraremos que o Geraldo é o
candidato com mais experiência de gestão pública", afirma o
deputado federal Edson Aparecido (PSDB), coordenador-geral da campanha de Alckmin.
A principal carência da campanha diz respeito ao volume
de material -santinhos, bandeiras, adesivos- e ao número
de cabos eleitorais e veículos
para transportá-los até as franjas da capital.
Conforme mostrou a Folha,
Alckmin é o candidato com o
menor número de "visitadores" entre os três primeiros colocados na mais recente pesquisa Datafolha. Um eventual
crescimento na arrecadação
seria destinado a ampliar sua
atuação nas ruas.
Por conta dessa necessidade,
a campanha limitou as pesquisas de opinião, instrumento
importante na condução do
processo. Elas têm sido realizadas quinzenalmente.
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