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Serra critica estratégia tucana de atacar Kassab
CATIA SEABRA
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo,
José Serra, manifestou a tucanos a sua insatisfação com a estratégia de campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Prefeitura de São Paulo: de ataque à
gestão Gilberto Kassab (DEM).
Dizendo-se atingido pelas
críticas, o governador alega que
não terá condições de atuar na
campanha -como exigem os
alckmistas- depois de tantos
ataques à sua gestão.
À frente da prefeitura de
2005 a 2006, Serra está especialmente contrariado com as
críticas à área de saúde. O governador - que chegou a gravar um depoimento em apoio a
Alckmin - pedira ao tucano
que evitasse ataques a Kassab,
mantendo os canais abertos para um eventual segundo turno.
Após listar ações na saúde, o
secretário municipal de saúde,
Januário Montone, lamentou.
"É muito triste ouvir críticas do
Alckmin, principalmente na
área da saúde, que foi e é a prioridade absoluta do Serra e do
Kassab e onde avançamos tanto", desabafou: "Revolta constatar que ao romper com a disposição inicial de fazer uma
campanha propositiva e sem
ataques, ele resolva atirar nos
seus e não na Marta".
O secretário de Planejamento, Manuelito Magalhães, disse
duvidar do aval de Alckmin à
estratégia. "Atacar os 40% de
ótimo e bom do Kassab é agredir a inteligência do paulistano,
além de atacar o próprio Serra".
Para o secretário de Educação, Alexandre Schneider, esse
"não é o momento de brigar pelos jornais". "Meu papel é fazer
com que o programa do PSDB
seja cumprido até o fim."
Disposto a conquistar o eleitor de Alckmin, Kassab se limitou a alfinetadas. "Não vou polemizar porque minha campanha tem o que mostrar. Tem a
minha gestão e comparações
com a ex-prefeita."
Já no rádio, Kassab contra-atacou Alckmin pela primeira
vez. O revide se deu ontem, em
conversa entre personagens
que participam de uma espécie
de mesa redonda no programa
de rádio do democrata.
"Cê pega muito no pé da
Marta. O Geraldo não ajudou a
acabar com as escolas de lata e
disso você não fala", afirmou
um. "Falo, sim. Falo que o prefeito e o governador hoje se entendem. Antes não se entendiam", respondeu o outro.
Até ontem, Kassab mantinha
a linha de atacar Marta Suplicy
(PT) e ignorar Alckmin. Coordenadores do marketing do democrata dizem que essa não será uma tendência da campanha, que permanece a estratégia de exaltar ações de gestão
kassabista na prefeitura e compará-la à da petista. A provocação a Alckmin ontem, garantem, foi um "fato isolado".
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