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Em campanha, prefeito divide "expediente"
DA REDAÇÃO
"Depois do almoço", entre 1h e
2h da tarde, o prefeito Eugênio
Rabêlo, 50, deixa seu gabinete em
Ibicuitinga (CE) e percorre 36 km
até Morada Nova, cidade onde vai
se candidatar a prefeito em 2004.
A "divisão do expediente" -o
trabalho na Prefeitura de Ibicuitinga é de oito horas- acontece
todos os dias desde que Rabêlo,
prefeito pela segunda vez, decidiu
transferir seu domicílio eleitoral
para a cidade vizinha.
A campanha do ano que vem já
está em pleno vapor. "Estou dividindo meu tempo. Visito as lideranças, as famílias, os pré-candidatos. Volto só para dormir em
Ibicuitinga. O povo tem de conhecer minha proposta", diz.
O prefeito, reeleito pelo PSD
(que se fundiu ao PTB), deixou o
partido e fundou o PP em Morada
Nova. Em 3 de outubro, ele entregou ficha de cerca de 30 filiados ao
recém-criado partido, que, coligado com o PV, será sua base de
apoio na nova cidade.
A mudança de Rabêlo e a fundação relâmpago de dois partidos
(ele também articulou a criação
do PV) têm causado protestos.
"A oposição fica falando no rádio que eu não posso me candidatar, mas tenho na mão jurisprudências dizendo que o que fiz é
permitido", afirmou Rabêlo.
O prefeito é natural de Morada
Nova (75.000 habitantes), mas diz
sempre ter mantido residência
nas duas cidades. Ibicuitinga
(9.000 habitantes) se emancipou
de Morada Nova em 1988.
O que o credencia para a disputa, segundo ele, é a boa administração na cidade vizinha.
"Vim me candidatar para lutar
contra as oligarquias. O povo está
cansado", diz ele, que não quer
perder a influência em Ibicuitinga. Seu atual vice vai ser o candidato a prefeito na cidade.
"Bem nas pesquisas"
O prefeito de Manacapuru
(AM), Angelus Figueira, diz que
fez a mudança para o município
de Iranduba baseado em sondagem eleitoral na cidade. "Apareci
bem nas pesquisas, foi um apelo
popular." "Só quem pode impedir uma candidatura é o voto popular. Quem faz boa administração tem que poder ser candidato."
No Amazonas, outros três prefeitos transferiram seus domicílios
eleitorais para cidade vizinhas.
(FLÁVIA MARREIRO)
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