|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ANÁLISE
Troca de partido mostra que há dependência
DA REDAÇÃO
Para a socióloga Maria Hermínia Tavares de Almeida (USP), o
magnetismo que o governador
exerce sobre os prefeitos é uma
medida da dependência, principalmente financeira, dos Estados.
"O prefeito muda por dois motivos: avalia que terá mais chances
nas eleições se estiver no partido
do governador ou calcula que, no
partido do governador, aumentam suas chances de obter recursos, o que melhora suas perspectivas de reeleição. A segunda hipótese é a mais provável".
"O sistema sofre um ajuste. É
muito parecido com o que acontece no Congresso", diz ela, citando o inchaço da base de Lula.
A professora argumenta que a
dependência financeira não é nova, mas tem diminuído em relação à União -onde os prefeitos
podem prescindir do jogo político
para obter repasses importantes,
como do Fundef ou do SUS. O
mesmo não aconteceu na esfera
estadual. "Fala-se tanto da importância do local, mas esses dados
demonstram falta de autonomia."
Quanto aos eleitores, ela diz que
é difícil avaliar o impacto do troca-troca, mas afirma que, em geral, a legenda é pouco influente no
voto. Com base na pesquisa "Democracia e governo local", que ela
coordena com o sociólogo Leandro Piquet Carneiro, é possível
prever eleições disputadas em
2004. Segundo o estudo, municípios caminham do "bipartidarismo" para um panorama de disputa efetiva entre várias legendas.
Texto Anterior: No Rio, PMDB é o grande "vitorioso" Próximo Texto: Tréplica: Dirceu tem vocação autoritária, reage FHC Índice
|