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Painel
RENATA LO PRETE painel@uol.com.br
O sombra
A menção feita por Lula, em reunião com ministros
das pastas sociais, à conveniência de escolher um
"coordenador" dos programas do governo nessa área
foi interpretada pelos presentes como oportunidade
para o surgimento de um nome que eventualmente
dispute com Dilma Rousseff, "coordenadora" do PAC,
a vaga do PT na sucessão de 2010. Não por acaso, Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) é o mais lembrado para ocupar a nova função, mas há outras opções, como Fernando Haddad (Educação).
A idéia do "coordenador" foi lançada na mesma semana em que o presidente recomendou à ministra da
Casa Civil manter-se longe dos palanques neste ano.
À margem. Se levada a
termo, a orientação de Lula,
em tese destinada a "proteger" Dilma, vai retirar da ministra, cristã nova no PT, uma
oportunidade de ouro para
aplainar terreno dentro do
partido com vistas a 2010.
Cheguei. O tabuleiro de opções petistas para 2010 ganhará uma peça desestabilizadora se Marta Suplicy vencer a eleição em São Paulo.
Gostem ou não os palacianos,
ela estará nesse jogo.
Mosquito 1. Na reunião de
Lula com os ministros da área
social, José Temporão traçou
quadro para lá de preocupante sobre a dengue no próximo
verão, apontando meia dúzia
de Estados onde a doença, segundo ele, atacará com força.
Mosquito 2. Diante do
prognóstico do ministro da
Saúde, o presidente foi direto
ao ponto: "E o que você pretende fazer a respeito?".
Mãe Dinah. Em outubro
do ano passado, Temporão
anunciou que o principal temor do ministério era a chegada ao país, em 2008, do vírus da dengue tipo 4. "É só
questão de quando", afirmou
à época. Até hoje, nada.
A palavra é... Um experiente profissional de pesquisas qualitativas identificou
um termo que tem aparecido
em rigorosamente todos os
grupos sob sua supervisão:
"carestia". Ele se pergunta
por que diabos não existe um
único político da oposição que
toque nesse assunto.
Sem ambiente. Imerso
num curso de especialização
na academia da PF, o delegado Protógenes Queiroz, até
recentemente responsável
pelo caso Daniel Dantas, queixa-se de isolamento. Contrariando a praxe, ninguém da
cúpula da corporação compareceu à aula inaugural.
Intensivão. A dedicação
integral às aulas na PF deverá
ser o argumento de Protógenes para adiar seu depoimento à CPI dos Grampos, marcado para a semana que vem.
Elle mesmo. Em incansável campanha pela readmissão, servidores dispensados
no governo Collor conseguiram um documento peculiar
para enviar ao ministro do
Planejamento, Paulo Bernardo: uma carta em apoio à causa assinada pelo hoje senador
Fernando Collor (PTB-AL).
Opep 1. Governadores dos
Estados produtores de petróleo organizam reunião para
reagir ao que chamam de
"processo hostil", encabeçado
pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), contra a política de pagamento de royalties.
Opep 2. "A realidade do petróleo mudou radicalmente
no Brasil com as descobertas
do pré-sal, e, no mundo, com a
disparada do preço. Essa discussão não pode ser vulgarizada, como se fosse só sobre
divisão dos royalties", protesta Marcelo Déda (PT-SE).
Em tempo. Os Estados onde há prospecção também se
alinham contra Mercadante
no debate sobre a regulamentação da distribuição de gás,
em curso na CAE do Senado.
Apoiam a proposta de Jarbas
Vasconcelos (PMDB-PE),
pró-monopólio das empresas
estaduais na distribuição.
com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO
Tiroteio
"Tão ou mais grave do que um ministro vir a
público admitir que perdeu o controle dos
grampos é outro alertar os membros do
governo para que não falem ao telefone."
Do presidente do DEM, RODRIGO MAIA, sobre as declarações de
Tarso Genro (Justiça) e José Múcio (Relações Institucionais) reconhecendo a prática generalizada em muitos casos ilegal de escutas.
Contraponto
Primeiros socorros
No final dos anos 80, o então deputado federal pelo
PMDB Geraldo Alckmin fez uma visita a Curitiba, onde
foi recepcionado pelo colega de bancada Maurício Fruet,
que havia sido prefeito da capital paranaense.
A dupla deixou o aeroporto no carro de Fruet, dirigido
pelo próprio. No trajeto até o evento do qual participariam, ele resolveu contar a Alckmin, médico de formação,
que sofria de transtorno bipolar. E usou uma metáfora:
-Tem horas que é para lá, outras para cá...
Como o carro se aproximava de uma bifurcação, Alckmin achou melhor não perder tempo:
-Se você estiver em dúvida, posso assumir o volante!
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