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Projeto do governo retira "mercado partidário"
Expressão não faz mais parte da proposta de reforma política que deve ser apresentada hoje à Câmara
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo retirou a expressão "mercado partidário" da
proposta de reforma política do
Executivo e que será apresentada hoje ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pelos ministros Tarso
Genro (Justiça) e José Múcio
(Relações Institucionais).
Na página quatro do texto
original, divulgado pela Folha
no sábado, o documento registrava que, com as normas vigentes, há "incentivo ao "mercado partidário" para manutenção das bases de coalizão e,
considerando-se a falta de coesão interna dos partidos, desvirtuamento para um verdadeiro "mercado de votos" no
Parlamento -fidelidade ao governo baseada, em muitos casos, em um modelo de trocas
calcado no binômio liberação/
não liberação de recursos para
emendas parlamentares ou nomeação/não nomeação de indicados do parlamentar (ou de
seu partido) para determinados cargos da administração".
O termo gerou críticas de
congressistas da base aliada e
da oposição. A explicação oficial é que a exclusão ocorreu na
revisão final do documento,
antes da entrega a Chinaglia.
À Folha Múcio disse que está mais preocupado com a forma de tramitação da reforma
do que com o conteúdo. O que
ele tem por certo é que será
uma reforma em fatias, com
medidas de curto, médio e longo prazos votadas separadamente. "O governo vai participar como coadjuvante do Legislativo. O modelo será aquele
que sair da discussão com o
Congresso", disse Múcio, para
quem 2009 é ideal para debater
a reforma por não ter eleição.
Ontem, em Gramado (RS), o
presidente Lula defendeu o financiamento público de campanha, para os políticos não
"viverem correndo atrás de
empresários". Segundo Lula, a
"conta" é cobrada depois da
eleição. "O Brasil precisa fazer
uma reforma política para dar
legitimidade aos partidos políticos e [para] que acabe com essa história dos políticos viverem correndo atrás dos empresários para financiar campanha e depois terem que pagar a
conta", discursou o presidente.
Lula disse que a tarefa de fazer a reforma política é do Congresso Nacional e dos partidos,
não do Executivo.
Colaborou GRACILIANO ROCHA ,
da Agência Folha, em Gramado
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