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ELEIÇÕES / RIO DE JANEIRO
Debate sobre legalização das drogas foi inútil, diz Gabeira
Para candidato, ponto central é a reforma da polícia
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Político que marcou sua carreira no Congresso pela defesa
da descriminalização das drogas, o deputado federal Fernando Gabeira, candidato do PV à
Prefeitura do Rio, mudou de
idéia. Ontem, afirmou que a
discussão foi "inútil" e que, sem
a modernização das polícias,
não cabe liberar o consumo de
maconha, por exemplo.
"Não seria a favor", disse, ao
ser perguntado se seguia favorável à liberação. "A discussão
sobre legalização ou não foi um
pouco inútil. Examinando a situação do Rio, a legalização ou a
proibição não se efetiva. Porque o problema central é a reforma da polícia. Se não tiver
uma polícia treinada, eficaz,
transparente e honesta, não
consegue nem reprimir nem legalizar. A repressão é extremamente minada pelo processo de
corrupção. E a legalização, que
seria feita com polícia competente, não conseguiria contar
os efeitos colaterais", disse em
sabatina promovida pelo jornal
"O Estado de S.Paulo".
Sempre contrário ao belicismo, Gabeira também surpreendeu ao pregar, caso se eleja, o uso de armas letais pela
Guarda Municipal. Para o candidato, "existem alguns casos
em que é necessário armar um
grupo para a defesa de prédios
[públicos]" que podem ser alvos de ataques. "Para você não
ter que terceirizar, a própria
Guarda Municipal faria."
Outro tema controverso foi a
contenção das favelas. Gabeira
defendeu que haja um controle
rigoroso da expansão das comunidades que surgiram na
maioria dos morros cariocas.
Na última pesquisa Datafolha, Gabeira tem 8% das intenções de voto, contra 20% de
Marcelo Crivella (PRB), 17% de
Eduardo Paes (PMDB) e 15%
de Jandira Feghali (PC do B).
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