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DISTRITO FEDERAL
Em eleição indefinida, candidatos e militantes trocam ofensas; suspeita de grilagem envolve ambos
Insultos e suspeitas igualam Roriz e Magela
SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A indefinição marca o segundo
turno da eleição para governador
no Distrito Federal. A última pesquisa Ibope aponta empate técnico entre o governador do DF, Joaquim Roriz (PMDB), que concorre à reeleição, e Geraldo Magela
(PT). Porém há pesquisas de outros institutos de Brasília que
apontam a vitória de Roriz.
O segundo turno no DF é a repetição de uma disputa que já
ocorre há três eleições entre petistas e aliados de Roriz ou com o
próprio governador. A polarização entre os dois lados envolve insultos, brigas e agressões físicas.
Nos últimos dias, a polícia registrou queixas de agressões, tanto
de partidários de Roriz quanto de
militantes do PT.
Os insultos não se restringiram
aos militantes -nos debates e no
horário eleitoral gratuito, os próprios candidatos trocaram acusações. A maioria das acusações trata do suposto envolvimento dos
candidatos com grilagem de terras públicas no DF.
A suspeita da participação de
Roriz em suposto esquema de grilagem inclui a polêmica sobre a
divulgação de fitas com trechos de
conversa entre o governador e o
empresário e deputado distrital
eleito Pedro Passos (PSD), acusado de grilagem. As fitas foram
gravadas pela Polícia Federal com
autorização judicial. O caso corre
sob segredo de Justiça.
Magela é acusado de suposto
envolvimento com Germano Carlos, que também participaria de
grilagem, e de ter indicado um ex-assessor para trabalhar pela legalização de um condomínio irregular. Magela nega o envolvimento com Germano e disse que,
quando foi secretário de Habitação, impediu a regularização do
condomínio.
Tais acusações foram motivo de
pedidos na Justiça pela defesa dos
dois candidatos para impedir que
as fitas fossem publicadas pela
imprensa. Magela obteve liminares contra a publicação por três
jornais de Brasília -"Jornal da
Comunidade", "Tribuna do Brasil" e "Jornal de Brasília"- de trechos de uma fita em que Germano
conversa com outra pessoa e envolveria o petista em caso de grilagem de terras públicas.
Já Roriz obteve liminar no Tribunal Regional Eleitoral do DF
proibindo o "Correio Braziliense"
de publicar trechos da fita e também uma decisão impondo censura prévia ao jornal com o intuito de impedir a suposta publicação de trechos da fita.
Na sexta-feira, o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) derrubou a decisão do tribunal regional. Porém
as fitas estão sob segredo de Justiça determinado pela primeira instância do Distrito Federal.
CPI
A troca de acusações foi parar
na Câmara Legislativa do DF,
com a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da
Grilagem. A instalação da comissão chegou a ser adiada pela bancada governista na Câmara.
Foi retomada quando os deputados distritais incluíram a denúncia contra Magela.
O primeiro depoimento foi de
Pedro Passos, que negou as acusações e disse que o governador Roriz não tem envolvimento com
grilagem de terras.
O segundo depoimento foi de
Orivaldo Ferrari, procurador da
empresa Martinez Empreendimentos Imobiliários, que teria pago R$ 330 mil a um ex-assessor de
Magela, para ajudar na regularização de um condomínio.
Ferrari acusou Magela de ter
obrigado a empresa a contratar
seu ex-assessor para viabilizar a
regularização do condomínio.
Apoios
Para o segundo turno, o petista
conseguiu o apoio de todos os
candidatos que disputaram o primeiro turno no Distrito Federal e
que foram derrotados, sendo o
principal deles o do vice-governador de Roriz, Benedito Domingos
(PPB), que rompeu com o governador para disputar a eleição.
Domingos é evangélico e levou
parte do segmento para a campanha de Magela. Roriz buscou
apoio entre os evangélicos no "varejo" para tentar minimizar o
apoio de Domingos.
Para tentar atrair votos dos petistas, o governador chegou a
aceitar a proposta do PL do Distrito Federal e lançou material de
campanha Roriz-Lula.
O material foi proibido pela Justiça a pedido do PT, mas o PL conseguiu cassar a decisão.
Em seu programa no horário
eleitoral gratuito na televisão, Roriz citou o presidenciável petista
Luiz Inácio Lula da Silva algumas
vezes, mas também o criticou em
debates na TV.
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