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PARÁ
Trabalho escravo é problema para próxima gestão
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O candidato eleito governador
do Pará, seja Maria do Carmo
(PT), 41, ou Simão Jatene (PSDB),
53, terá à frente um Estado com
400 mil desempregados e recordista nacional em casos de trabalhadores escravos.
Ambos, durante a campanha,
prometeram combater o problema, mas vão enfrentar um desafio
que há anos os governantes no Estado enfrentam: os frequentes
conflitos no campo que envolvem
assassinatos, grilagem e contrabando de madeiras.
Na última pesquisa Ibope, divulgada ontem, o tucano aparece
com 53% das preferências do eleitorado. Já a candidata petista está
com 47%.
A disputa acirrada demonstrada pelas pesquisas eleitorais também revela que o governador eleito terá uma forte oposição -que
ficará entre 45% e 49% do eleitorado no Estado.
Capital
Caso Maria do Carmo seja eleita
no domingo, o PT ganha uma força e tanto no Estado pois já governa a capital -Belém- com o
prefeito Edmilson Rodrigues
(PT), desde 1996.
Jatene promete acabar com o
que considera "rivalidade" entre a
prefeitura petista de Belém e o governo tucano do Estado, caso seja
eleito.
"Vou procurar o prefeito e sentarei na mesa com ele para conversar", disse o candidato.
Já Maria do Carmo promete
romper com a linha de administração implantada há oito anos
pelo governador reeleito Almir
Gabriel (PSDB).
No âmbito político, tanto o PT
quanto o PSDB terão como uma
das primeiras tarefas no governo
articular alianças com as bancadas estadual e federal do PMDB,
presidido pelo ex-senador e deputado federal mais votado do
Pará, Jader Barbalho, que não declarou apoio no segundo turno.
O PMDB elegeu seis deputados
federais pelo Pará com um total
de 700 mil votos e terá sete deputados na Assembléia Legislativa.
O filho de Jader, vereador Helder Barbalho (PMDB), elegeu-se
o deputado estadual mais votado
do Pará com 68 mil votos e ganhou força para presidir a Assembléia Legislativa.
Prioridades
Em seu plano de governo, Maria
do Carmo se compromete com a
"inversão de prioridades e a mudança do modelo de desenvolvimento, colocando a população
como centro dos investimentos".
A principais críticas da candidata petista ao atual governo estão
nas áreas de Saúde, onde Maria
do Carmo pretende descentralizar o atendimento com a construção de cinco hospitais regionais
de urgência e emergência no interior do Estado.
Na questão fundiária, ela promete regularizar 25 mil famílias
por ano, combater a violência e a
grilagem com a criação de um
"Núcleo de Combate à Violência
no Campo".
Produção
Já o candidato tucano, que centrou sua campanha no apoio que
recebe do governador, propõe
continuar a linha da atual administração e ampliar a produção no
interior do Estado para resolver a
questão do desemprego.
Jatene promete "municipalizar
o desenvolvimento" no Estado e
identificar em cada um dos 143
municípios paraenses as chamadas "âncoras de produção", dentro dos setores de turismo, mineração e agroindústria.
Em seu programa, Jatene afirma
que irá "regionalizar o atendimento hospitalar de média e alta
complexidade", atualmente concentrado em Belém.
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