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JUDICIÁRIO 1
CNJ afasta juiz investigado por desvio de recursos em Manaus
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) decidiu afastar e instaurou processo administrativo disciplinar contra o juiz Celso Gióia, titular
da Vara da Infância e da Juventude Criminal de Manaus (AM).
A decisão, inédita na Corte
do Amazonas, saiu na terça-feira e é resultado de uma
sindicância, aberta em janeiro, que investigou supostos
crimes de venda de sentença,
extorsão, falsificação de documentos, corrupção e desvio de recursos públicos,
dentre outros.
Ontem, o advogado do juiz,
Walter José Faiad de Moura,
afirmou que o magistrado
nega as acusações e disse que
ele é vítima de perseguição.
Segundo Moura, com a decisão do CNJ, o juiz está afastado das funções desde anteontem, mas continuará recebendo o salário de aproximadamente R$ 19 mil.
A sindicância que resultou
no afastamento do juiz foi
aberta após um empresário
de Manaus denunciar ao Tribunal de Justiça uma suposta extorsão de R$ 120 mil feita pelo magistrado.
A sindicância do CNJ apurou as ligações de Celso Gióia
com a empreiteira Perfil, que
ganhou licitações de obras
públicas e tem como sócio o
filho dele, Vitor Andrade
Gióia. Vitor virou sócio da
empreiteira ao receber cotas
do vendedor de seixo (pedra
solta) Arleson Carlos Rodrigues, que foi ouvido pelo
CNJ. O vendedor mora em
uma casa de dois cômodos
em um terreno da Perfil.
A Lei Orgânica da Magistratura veda a juízes participarem de sociedade comercial. Segundo a investigação,
o juiz seria o verdadeiro dono das empresas Construtora Perfil Ltda. e Construtora
Nova Era Ltda. Nos contratos de constituição das empresas o vendedor Rodrigues
aparece como sócio.
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