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Em sua defesa, Paulinho ataca corregedor
SIMONE IGLESIAS
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A defesa escrita do deputado
Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, entregue ao Conselho de
Ética, se concentra principalmente em atacar o corregedor-geral da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), o
PSOL, partido autor da representação, e a imprensa.
São 56 páginas de texto produzido por seu advogado Leônidas Scholz e outras 218 contendo anexos, como o depoimento de seu ex-assessor João
Pedro de Moura à Polícia Federal e ao Ministério Público, a
contabilidade da ONG Meu Guri e até uma história em quadrinhos protagonizada por ele e
por sua mulher, Elza de Fátima
Pereira.
O advogado de Paulinho argumenta que as denúncias de
seu envolvimento em fraudes
no BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) e de conseqüente favorecimento a ONG são baseadas
apenas em recortes de jornais,
sem nenhuma prova concreta.
Ele pede ao conselho o arquivamento do processo.
Quadrinho
A história em quadrinhos foi
anexada ao documento para
mostrar porque a ONG foi criada. "Elza e Paulinho perceberam que para muitas crianças e
adolescentes o mundo estava
sem cor e sem referências. Eles
precisavam ajudar a mudar essa situação", explica uma tirinha da história.
Nos anexos, Paulinho também apresenta uma relação dos
37 parceiros da Meu Guri, presidida por Elza. Os números telefônicos, no entanto, estão, em
sua maioria, desatualizados.
"Formada por recortes de
jornais e a ausência de provas
[as representações do PSOL] se
tornam um patológico furor
persecutório", diz o advogado
de Paulinho na defesa.
"[A Corregedoria] transformou mero noticiário em elemento de prova, como se o sistema jurídico vigente contemplasse a figura do inquérito jornalístico", afirma sobre Inocêncio, que pediu ao conselho
pelo prosseguimento da investigação.
Sobre a imprensa, o documento diz: "Ela subverte a hierarquia se valendo mais da polícia do que da justiça criminal".
Paulinho diz que o diálogo
com o advogado Ricardo Tosto
"foi com o propósito de encontrar explicação e demonstrou
interesse em que os fatos fossem devidamente apurados.
Não houve conduta minimamente apta a constranger
quem quer que fosse", diz o documento.
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