São Paulo, domingo, 28 de julho de 2002

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OUTRO LADO

Ajustes são "coisa normal", diz Ciro

DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

O candidato a presidente pela Frente Trabalhista (PDT-PTB-PPS), Ciro Gomes, disse ontem à noite em Fortaleza (CE) que não houve erro durante a construção do Canal do Trabalhador, sua principal obra enquanto governador do Estado (91-94).
Para Ciro, os ajustes a serem realizados na construção original são "manutenções", "uma coisa normal". Segundo o presidenciável, o canal funcionou perfeitamente nos últimos anos, portanto não houve erro na construção.
Durante confraternização no comitê de sua ex-mulher, Patrícia Gomes (PPS), candidata ao Senado, Ciro afirmou que o erro seria se ele deixasse haver um colapso de água na capital do Estado.
O gerente do Canal do Trabalhador, Domingos Diógenes, afirma que a construção foi uma ""grande lição" para os engenheiros do Brasil. "Primeiro, porque descobrimos que não é tão difícil construir um canal como se imaginava. Depois, porque aprendemos muito com os equívocos da época", disse.
Entre os equívocos, a instalação de sifões de chapa corrugada armco, material que enferrujou pouco depois da obra construída. "Não se usa mais esse material hoje em dia", afirma.
No período, porém, a pressa em se entregar a obra obrigou os engenheiros do governo a optarem por esse material, mais rápido de ser feito. "Não daria tempo de fazer dois sifões de aço."
Como o risco de um colapso de água na região metropolitana de Fortaleza se aproximava, não houve planejamento nem projeto do canal. "Muitas vezes, as máquinas andavam mais rápido que o projeto", afirmou.
A utilização da manta asfáltica para cobrir e impermeabilizar o canal não estava planejada. Tanto que, nos primeiros 10 quilômetros do canal, há um revestimento de concreto. "Só que, durante a execução, verificou-se que a aplicação do concreto iria demorar demais. A manta asfáltica, que é usada no mundo inteiro com sucesso, foi a saída mais rápida", afirmou. Ele nega que o calor prejudique ainda mais a durabilidade da manta, prevista em 15 anos.
Agora, porém, nas novas obras do governo, a manta será usada só como impermeabilizadora. Para aumentar a durabilidade da obra, está sendo aplicada, sobre ela, uma camada de concreto. (KF)



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