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São Paulo, domingo, 28 de setembro de 2003

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OUTRO LADO

Cristovam diz que críticas vêm de "reacionários"

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro da Educação, Cristovam Buarque, afirmou que as críticas do cientista Sérgio Ferreira ao programa Brasil Alfabetizado refletem o que pensa "parte da elite reacionária" do país.
"É por causa de posições como essa que o Brasil chega ao século 21 com 20 milhões de analfabetos adultos. Quando o programa Brasil Alfabetizado foi lançado, sabia que a parte reacionária da elite não se conformaria. Ela tem medo da alfabetização de todos os adultos porque passarão a disputar com aqueles cujo prestígio intelectual se sustenta na eliminação da concorrência de dezenas de milhões de pobres", disse o ministro, em nota enviada à Folha.
Segundo Buarque, "uma universidade cercada pelo analfabetismo é como um latifúndio improdutivo cercado por trabalhadores sem terras".
"Lutar pela alfabetização de todas as crianças e adultos e a continuidade dos seus estudos significa aumentar o número dos que poderão entrar na universidade e, também, melhorar a qualidade do pensamento brasileiro. Mas alguns não querem concorrência. Querem ser "gênios" graças ao analfabetismo de outros", disse.
Buarque também "lamentou" o que chamou de "falta de respeito" aos conselhos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), "escolhidos pela comunidade científica e tecnológica, nomeados pelo governo anterior".
O ministro Roberto Amaral foi procurado pela Folha, mas, por meio de sua assessoria, disse que não comentaria as declarações.

Fapesp
Sobre as críticas do cientista à Fapesp, o presidente da fundação, Carlos Vogt, afirmou que o projeto Genoma (decodificação de Genes) fortaleceu a produção brasileira no setor.
De acordo com ele, desde que foi criado, em 1997, o projeto consumiu em média 5,25% do orçamento da Fapesp e os gastos não afetaram outras áreas.
"O Genoma trouxe visibilidade internacional à comunidade científica do Brasil", afirmou Vogt.
O presidente da Fapesp afirmou que a fundação trabalha em "total transparência" e que a transferência do Pronex para as FAPs foi a solução encontrada para que verbas já destinadas para a pesquisa não retornassem aos cofres do Tesouro. "Sou favorável à mudança, entre outras coisas, por razões práticas." (JAB)


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