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OUTRO LADO
Cristovam diz que críticas vêm de "reacionários"
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Educação,
Cristovam Buarque, afirmou que as críticas do cientista Sérgio Ferreira ao programa Brasil Alfabetizado
refletem o que pensa "parte
da elite reacionária" do país.
"É por causa de posições
como essa que o Brasil chega
ao século 21 com 20 milhões
de analfabetos adultos.
Quando o programa Brasil
Alfabetizado foi lançado, sabia que a parte reacionária
da elite não se conformaria.
Ela tem medo da alfabetização de todos os adultos porque passarão a disputar com
aqueles cujo prestígio intelectual se sustenta na eliminação da concorrência de
dezenas de milhões de pobres", disse o ministro, em
nota enviada à Folha.
Segundo Buarque, "uma
universidade cercada pelo
analfabetismo é como um
latifúndio improdutivo cercado por trabalhadores sem
terras".
"Lutar pela alfabetização
de todas as crianças e adultos e a continuidade dos seus
estudos significa aumentar o
número dos que poderão
entrar na universidade e,
também, melhorar a qualidade do pensamento brasileiro. Mas alguns não querem concorrência. Querem
ser "gênios" graças ao analfabetismo de outros", disse.
Buarque também "lamentou" o que chamou de "falta
de respeito" aos conselhos
da Capes (Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior), "escolhidos pela comunidade científica e tecnológica, nomeados
pelo governo anterior".
O ministro Roberto Amaral foi procurado pela Folha,
mas, por meio de sua assessoria, disse que não comentaria as declarações.
Fapesp
Sobre as críticas do cientista à Fapesp, o presidente da
fundação, Carlos Vogt, afirmou que o projeto Genoma
(decodificação de Genes)
fortaleceu a produção brasileira no setor.
De acordo com ele, desde
que foi criado, em 1997, o
projeto consumiu em média
5,25% do orçamento da Fapesp e os gastos não afetaram outras áreas.
"O Genoma trouxe visibilidade internacional à comunidade científica do Brasil",
afirmou Vogt.
O presidente da Fapesp
afirmou que a fundação trabalha em "total transparência" e que a transferência do
Pronex para as FAPs foi a solução encontrada para que
verbas já destinadas para a
pesquisa não retornassem
aos cofres do Tesouro. "Sou
favorável à mudança, entre
outras coisas, por razões
práticas."
(JAB)
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