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São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2003

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PAINEL

Prestígio zero
Ameaçada de degola na reforma ministerial por irregularidades em viagens ao exterior, Benedita da Silva (Assistência Social) teve R$ 236 mil liberados pela equipe econômica neste ano -apenas 0,18% dos R$ 132 milhões previstos no Orçamento para investimentos na pasta.

Ficção e realidade
Lula não inova ao prometer um 2004 róseo. Ao final do primeiro ano de FHC, no mesmo dia em que o déficit da balança comercial atingiu US$ 3 bi, o governo projetou um superávit de US$ 3,6 bi para o ano seguinte. Mas terminou 1996 com um déficit ainda maior, de US$ 5,6 bi.

Caixeiro-viajante
O ministro Celso Amorim (Relações Exteriores) tem procurado governadores e os aconselhado a ir ao exterior em busca de negócios para seus Estados. Também tem oferecido "carona" a eles nas viagens que Lula fará para fora do país em 2004.

Boas-vindas
O Itamaraty seguiu à risca o discurso de Lula de que é preciso melhorar a imagem do Brasil no exterior. De R$ 13,95 milhões previstos para divulgar o país no exterior, 69% foram utilizados. Foi o programa do Ministério das Relações Exteriores com mais investimentos em 2003.

Controle total
O deputado paulista Luciano Zica (PT) será o relator na Câmara da medida provisória que define o novo modelo do setor elétrico. No Senado, a relatoria ficará a cargo de outro petista, Delcídio Amaral (MS).

Novas idéias
Lula pediu a pelo menos três parlamentares petistas na semana do Natal que indiquem nomes de especialistas em programas de geração de empregos. Quer ouvi-los no início de janeiro. O presidente tem repetido que o combate ao desemprego será sua prioridade em 2004.

Amargura regional
Os governadores dos Estados do Nordeste estão descontentes com a União porque dois programas considerados prioritários para a região mal saíram do papel. São eles o Prodetur, de desenvolvimento do turismo, e o Proagua, de irrigação.

Na prancheta
Dos R$ 25 milhões destinados ao Prodetur no Orçamento deste ano, R$ 2,92 milhões (apenas 11,69%) haviam sido pagos até 15 de dezembro. Já a execução do Proagua foi ainda menor: R$ 2,2 milhões (6,65%) de um total previsto de R$ 33,1 milhões.

Futurologia otimista
Aliado de Lula, o PSB calcula que o governo terminará 2004 com uma execução de mais de 80% dos R$ 11,5 bi previstos no Orçamento. Neste ano foram gastos apenas 20% do orçado.

Recurso extra
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, autorizou a Fundação Padre Anchieta (centro paulista de rádio e TV educativas) a captar, com incentivos da Lei Rouanet, R$ 1,8 milhão para complemento de projeto audiovisual. Os recursos são para o plano anual de atividades da fundação.

Contraste estratégico
Enquanto a indústria de calçados, que presenteou Lula com sapatos de Franca, protesta contra incentivos à exportação de couro, o que beneficia os países concorrentes, o governador tucano Geraldo Alckmin diz que reduziu o ICMS para estimular a produção nacional de calçados.

Venceu pelo cansaço
Após insistentes pedidos de Eduardo Suplicy, Lula marcou para 8 de janeiro a sanção da lei que institui a renda básica de cidadania. O senador também conseguiu que um de seus convidados para a cerimônia de sanção fosse recebido pela equipe de Palocci (Fazenda).

TIROTEIO

Do ministro da Educação, Cristovam Buarque, sobre o primeiro ano do governo Lula:
-Essa política econômica eu sempre defendi, desde quando era governador do Distrito Federal. Mas é preciso casar a economia com uma política orçamentária que permita ao presidente Lula cumprir os compromissos assumidos na campanha eleitoral, no ano passado.

CONTRAPONTO

Sorriso de esfinge

Na última segunda-feira, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu jornalistas para o balanço de um ano de sua administração, na nova sede do governo paulista, instalada no centro velho de São Paulo.
Após responder a algumas perguntas, recostou-se à janela do gabinete e olhou para o Palácio das Indústrias, atual sede da Prefeitura de São Paulo, mas que também vai mudar de endereço nos próximos meses.
Os repórteres passaram a cochichar entre si. Para provocá-lo, um jornalista, em tom irônico, perguntou:
-Governador, a vista para a sede da prefeitura é para o senhor controlar a Marta?
-Não, ela está de saída dali!- respondeu Alckmin.
O governador apenas sorriu, sem esclarecer se estava sugerindo aos jornalistas que Marta deixaria o Palácio das Indústrias ou sairia da prefeitura em 2004.



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