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Percentual dos que consideram a fome o maior desafio nacional caiu de 22% para 12%; inflação deve cair na opinião de 35%
Maior problema, desemprego já aflige 42%
DA REPORTAGEM LOCAL
Com arrefecimento das ações
de marketing do governo Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) na divulgação do projeto Fome Zero, aumentou o número de brasileiros
que indicam o desemprego como
o maior problema do país.
Pesquisa Datafolha mostra que
42% dos entrevistados apontam a
falta de emprego como maior
preocupação -11 pontos percentuais a mais do que três meses
atrás. O desemprego volta ao patamar das citações que tinha em
setembro do ano passado, ainda
sob a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na semana passada, o IBGE divulgou seu índice de desemprego,
mostrando que a taxa subiu de
12,4% em abril para 12,8% em
maio, o maior índice de desemprego desde março de 2002.
O fracasso do governo na questão do emprego é apontado por
20% como o pior desempenho da
administração Lula, com um
crescimento de sete pontos em relação ao levantamento feito nos
dias 31 de março e 1º de junho.
Cresceu de 39% para 41%, o índice dos que acreditam que o desemprego aumentará no mandato do presidente Lula. Caiu de
40% para 37% o percentual dos
que acreditam que o poder de
compra ficará maior.
Fome Zero
O percentual daqueles que dizem ser a fome ou a miséria o
maior problema nacional caiu de
22% para 12%, sendo superado
pelos que definem a violência ou a
segurança como tal (15%), apesar
de recuo de três pontos percentuais nas citações desse item.
Em dezembro, antes da posse
de Lula, a miséria era citada por
15% dos brasileiros como maior
problema do país, e a violência,
por 14%. Ao assumir, o presidente
fez do projeto Fome Zero sua
principal bandeira, com intensa
discussão do tema na mídia.
Com três meses de mandato, o
Datafolha registrou um aumento
de sete pontos na menção da miséria como maior problema brasileiro, ultrapassando a questão da
violência e da segurança pública.
Desde março, houve uma mudança na agenda do governo, com
os projetos das reformas previdenciária e tributária passando a
capitanear as discussões e ganhando, consequentemente, espaço nos meios de comunicação.
Mas o combate à fome continua
a ser a ação mais bem avaliada do
governo Lula. Dos entrevistados
pelo Datafolha, 25% apontam espontaneamente como a melhor
realização do governo seu empenho contra a miséria.
É um índice 20 pontos maior do
que o obtido nas áreas da saúde e
da economia, que vêm em seguida com 5% da citações. No entanto, três meses atrás, o combate à
fome era visto por 38% como a
área de melhor desempenho.
Houve uma queda de 13 pontos
percentuais na avaliação da área.
Inflação
Como apontam os principais
índices, a inflação está em queda e
assim deve continuar, opinam
35% dos entrevistados pelo Datafolha, um salto de 12 pontos em
relação há três meses. Despencou
de 44% para 30% o percentual dos
que acreditam que ela subirá.
O IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) registrou neste
mês deflação -variação negativa
da média de preços- de 1%, conforme divulgou na semana passada a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Essa foi a maior deflação
desde 1989, quando a taxa começou a ser apurada.
A expectativa para a evolução
da situação econômica no governo Lula é otimista. Subiu, em três
meses, de 49% para 55% o percentual daqueles que acreditam
que ela melhorará, e caiu de 18%
para 12% o número dos que
acham que ela vai piorar.
Para 69% dos ouvidos, sua situação pessoal permaneceu igual
depois que Lula assumiu. Ela melhorou para 17% e piorou para
13%. Em seis meses do primeiro
governo FHC, 33% respondiam
que sua vida havia melhorado,
44% diziam ter ficado igual e 23%
diziam que havia piorado.
(PF)
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