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São Paulo, domingo, 29 de junho de 2003

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Percentual dos que consideram a fome o maior desafio nacional caiu de 22% para 12%; inflação deve cair na opinião de 35%

Maior problema, desemprego já aflige 42%

DA REPORTAGEM LOCAL

Com arrefecimento das ações de marketing do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na divulgação do projeto Fome Zero, aumentou o número de brasileiros que indicam o desemprego como o maior problema do país.
Pesquisa Datafolha mostra que 42% dos entrevistados apontam a falta de emprego como maior preocupação -11 pontos percentuais a mais do que três meses atrás. O desemprego volta ao patamar das citações que tinha em setembro do ano passado, ainda sob a gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Na semana passada, o IBGE divulgou seu índice de desemprego, mostrando que a taxa subiu de 12,4% em abril para 12,8% em maio, o maior índice de desemprego desde março de 2002.
O fracasso do governo na questão do emprego é apontado por 20% como o pior desempenho da administração Lula, com um crescimento de sete pontos em relação ao levantamento feito nos dias 31 de março e 1º de junho.
Cresceu de 39% para 41%, o índice dos que acreditam que o desemprego aumentará no mandato do presidente Lula. Caiu de 40% para 37% o percentual dos que acreditam que o poder de compra ficará maior.

Fome Zero
O percentual daqueles que dizem ser a fome ou a miséria o maior problema nacional caiu de 22% para 12%, sendo superado pelos que definem a violência ou a segurança como tal (15%), apesar de recuo de três pontos percentuais nas citações desse item.
Em dezembro, antes da posse de Lula, a miséria era citada por 15% dos brasileiros como maior problema do país, e a violência, por 14%. Ao assumir, o presidente fez do projeto Fome Zero sua principal bandeira, com intensa discussão do tema na mídia.
Com três meses de mandato, o Datafolha registrou um aumento de sete pontos na menção da miséria como maior problema brasileiro, ultrapassando a questão da violência e da segurança pública.
Desde março, houve uma mudança na agenda do governo, com os projetos das reformas previdenciária e tributária passando a capitanear as discussões e ganhando, consequentemente, espaço nos meios de comunicação.
Mas o combate à fome continua a ser a ação mais bem avaliada do governo Lula. Dos entrevistados pelo Datafolha, 25% apontam espontaneamente como a melhor realização do governo seu empenho contra a miséria.
É um índice 20 pontos maior do que o obtido nas áreas da saúde e da economia, que vêm em seguida com 5% da citações. No entanto, três meses atrás, o combate à fome era visto por 38% como a área de melhor desempenho. Houve uma queda de 13 pontos percentuais na avaliação da área.

Inflação
Como apontam os principais índices, a inflação está em queda e assim deve continuar, opinam 35% dos entrevistados pelo Datafolha, um salto de 12 pontos em relação há três meses. Despencou de 44% para 30% o percentual dos que acreditam que ela subirá.
O IGP-M (Índice Geral de Preços ao Mercado) registrou neste mês deflação -variação negativa da média de preços- de 1%, conforme divulgou na semana passada a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Essa foi a maior deflação desde 1989, quando a taxa começou a ser apurada.
A expectativa para a evolução da situação econômica no governo Lula é otimista. Subiu, em três meses, de 49% para 55% o percentual daqueles que acreditam que ela melhorará, e caiu de 18% para 12% o número dos que acham que ela vai piorar.
Para 69% dos ouvidos, sua situação pessoal permaneceu igual depois que Lula assumiu. Ela melhorou para 17% e piorou para 13%. Em seis meses do primeiro governo FHC, 33% respondiam que sua vida havia melhorado, 44% diziam ter ficado igual e 23% diziam que havia piorado. (PF)


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