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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
PT oficializa Marta e federaliza campanha
Na tentativa de colar sua imagem à de Lula, petista adota slogan "deixa ela trabalhar", semelhante ao usado pelo presidente em 2006
Ontem, ministro Carlos Lupi confirmou estratégia ao afirmar que uma "vitória de Marta em São Paulo seria uma vitória do presidente"
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O PT dá largada hoje, em um
centro de eventos na Barra
Funda, Zona Oeste de São Paulo, à tentativa de retomar a administração da cidade que já
comandou por duas vezes.
Marta Suplicy, 63, vai para a
campanha com a estratégia de
federalizar a disputa e tentar
colar a sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para isso, conta inclusive com
adaptação de slogan popularizado na campanha de 2006 do
petista: "Deixa ela trabalhar".
Prefeita de São Paulo entre
2001 e 2004 -perdeu a disputa
à reeleição para José Serra
(PSDB)-, Marta tem priorizado em seus discursos de pré-campanha tanto as menções a
Lula como as obras do PAC
(Programa de Aceleração do
Crescimento) em São Paulo.
"Hoje o presidente Lula tem
uma avaliação muito alta no
Brasil e na cidade de São Paulo.
E essa avaliação tem que ser
aproveitada por aqueles que estão na base do governo", afirma
o deputado federal Carlos Zarattini, coordenador-geral da
campanha petista.
Marta lidera as intenções de
voto (30%) em empate técnico
com Geraldo Alckmin (29%),
do PSDB, segundo pesquisa
Datafolha de 15 de maio.
Ela terá que enfrentar, entretanto, uma alta rejeição -a segunda maior (31%)- e críticas
da oposição à criação de taxas
durante sua administração
-ela já se disse arrependida
nesse ponto- e ao "relaxa e goza" dito durante a crise aérea.
Em convenção ontem do
PDT -a aliança de Marta inclui
ainda o PSB, PC do B, PRB e
PTN-, o ministro Carlos Lupi
(Trabalho) foi claro: "A vitória
da Marta é uma vitória do presidente Lula".
O presidente da República foi
peça fundamental para que o
bloquinho (PDT, PSB e PC do
B) se unisse a Marta. "Não creio
[em federalização]. Vamos disputar a prefeitura, mas vamos
disputar com apoio do presidente Lula", afirmou Marta na
manhã de ontem.
O partido já tem pronta a estratégia de propaganda da fase
inicial da campanha, elaborada
pelo marqueteiro João Santana, o mesmo de Lula.
Ela já deve ser divulgada na
convenção de hoje, para a qual
foram convidados ministros e
dirigentes nacionais das legendas, incluindo Lula.
Além do "deixa ela trabalhar"
-cópia intencional do "deixa o
homem trabalhar" da campanha de Lula-, as peças de propaganda têm frases como "Ela
quer terminar o que começou".
Isso já vem aliado ao discurso
difundido por Marta desde que
deixou o Ministério do Turismo, no dia 3, de que a gestão de
Serra e Gilberto Kassab (DEM)
desvirtuou ou extinguiu programas de sua gestão.
Em seus discursos, Marta diz
que pode fazer "muito mais" do
que fez na sua última gestão,
sob o argumento de que havia
pego uma administração após
"a passagem de um bando de
gafanhotos" e que, hoje, a arrecadação da cidade é maior.
"Uma prefeita de atitude" é
outro slogan das peças de propaganda e vai na linha da propaganda partidária do PT difundida no rádio e na televisão
neste mês, que defendia "uma
nova atitude" para São Paulo na
educação, na saúde e no trânsito. A equipe de Marta pretende
priorizar este último ponto,
com a promessa de construção
de novos corredores exclusivos
de ônibus e auxílio ao Estado na
ampliação das linhas de metrô.
"Agora a prefeitura tem dinheiro. Mas não por causa da
atual administração, mas porque o presidente Lula fez a economia bombar", disse Marta
ontem, durante visita às convenções do PDT e do PSB.
Segundo a ex-prefeita, a administração PSDB/DEM "desmantelou a cidade". "O Brasil
está andando, e São Paulo está
parada", afirmou a petista.
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