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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Serra se distancia e some de eventos ao lado de Kassab
Depois do início da campanha, governador e prefeito tiveram só um encontro público
"Tem dia que a gente fala várias vezes, tem dia que não fala", disse o prefeito, cuja campanha usa imagem do tucano em panfletos
Patricia Stavis - 7.jul.08/Folha Imagem
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Kassab e Serra no último evento juntos em público, no TJ-SP
DA REPORTAGEM LOCAL
As aparições públicas do governador José Serra (PSDB) ao
lado do prefeito Gilberto Kassab (DEM), seu afilhado político, rarearam após a abertura
oficial da campanha eleitoral
em São Paulo, no início do mês.
O último encontro público
entre os dois ocorreu no dia 7.
Os assessores do prefeito afirmam que não existe previsão
de quando os dois voltarão a
posar juntos para as câmeras.
A atual realidade é bem diferente do período da pré-campanha. Só nos últimos dez dias
do mês passado, Serra e Kassab
estiveram lado a lado em eventos pelo menos quatro vezes.
Kassab está estacionado em
terceiro lugar do Datafolha,
com 13%. Marta Suplicy (PT),
com 36%, e Geraldo Alckmin
(PSDB), com 32%, estão empatados tecnicamente na ponta.
Ontem, Kassab tentou minimizar o sumiço de Serra. "Nossa relação é rotineira, tem dia
que a gente fala várias vezes,
tem dia que não fala, por telefone, pessoalmente. A responsabilidade de governar o Estado é
muito grande, são diversas atribuições", afirmou o prefeito.
Mesmo sem a presença física
de Serra, a campanha de Kassab tenta explorar a parceria.
Sua campanha tem distribuído
panfletos pela cidade com fotos
dos dois. Seus assessores alegam que as limitações da Lei
Eleitoral, que proíbe a participação do prefeito em inaugurações, por exemplo, ajudaram a
rarear os encontros conjuntos.
Eles afirmam ainda que há
encontros rotineiros entre os
dois para discussões administrativas referentes a projetos
do Estado com a prefeitura.
Assessores do governador
afirmam que ele não vai abandonar o projeto reeleitoral de
Kassab antes do segundo turno, sob risco de implodir sua
política de alianças para a eleição presidencial de 2010. Nas
palavras de auxiliares, Serra
pretende transmitir a imagem
de neutralidade, até para não
melindrar os alckmistas.
O grupo ligado ao governador
não esconde o desconforto com
o e-mail enviado por Kassab
aos subprefeitos, pedindo
"ação" no dia em que seriam
realizadas as entrevistas para a
última pesquisa Datafolha.
Na quinta-feira, antes de o
caso vir à tona, o governador se
encontrou reservadamente
com Kassab. Um dos temas discutidos foi sua "neutralidade".
Secretários tucanos da gestão
do prefeito, até agora aguerridos, também dizem que vão
evitar eventos de campanha.
Tal tarefa será delegada, dizem,
aos subprefeitos tucanos que
estão na gestão municipal.
Mesmo os tucanos kassabistas já dizem que será inevitável
que Serra apareça no programa
eleitoral de Alckmin na TV. O
governador também estará no
de Kassab. Serra não gravará
depoimentos. Mas há um farto
material colhido durante as
inaugurações em que os dois
estiveram lado a lado.
Os aliados de Alckmin esperam que, com a suspeita de uso
da máquina pesando sobre
Kassab, Serra fique mais distante do prefeito.
(JOSÉ ALBERTO BOMBIG, FERNANDO BARROS DE MELLO
e CONRADO CORSALETTE)
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