São Paulo, terça-feira, 30 de maio de 2006

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Alckmin deve se dedicar mais ao Sul e ao Sudeste para impedir crescimento do PT

DA REPORTAGEM LOCAL

Temendo um arrastão em seu território, o PSDB desenhou uma mudança na estratégia do pré-candidato Geraldo Alckmin à Presidência da República. Em vez da investida no Nordeste, Alckmin deverá se dedicar mais ao Sul e ao Sudeste -região onde conta com situação mais confortável- para impedir a ocupação petista.
O medo dos tucanos é que, no afã de ganhar visibilidade nacional, Alckmin deixe São Paulo desguarnecido, permitindo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhe fôlego suficiente para levar a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes ao segundo turno.
Além disso, os tucanos se preocupam com a performance do candidato no Rio e Minas Gerais. No Rio, onde, pelos números de hoje, os candidatos do PFL e PSDB não chegariam ao segundo turno, Alckmin ainda busca o palanque mais sólido para a disputa.
Em Minas, a intenção é explorar mais o capital eleitoral do governador tucano Aécio Neves (MG). Assim como o governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), Aécio será convidado a integrar o conselho político da campanha de Alckmin.

Cúpula
Segundo tucanos, a cúpula partidária já se rendeu ao fato de que Alckmin dificilmente terá um desempenho melhor no Nordeste antes do programa eleitoral começar, em agosto. Por isso, o pré-candidato deverá voltar mais sua agenda para Sul e Sudeste.
"De São Paulo para baixo, estamos na frente em vários Estados, menos Santa Catarina. O objetivo é chegar no final de junho de São Paulo até o Rio Grande do Sul na frente, o que é uma posição fantástica. Daí, vamos subindo para o Centro-Oeste. Quando terminar julho, vamos estar ganhando todo o Centro-Oeste", idealiza o presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE).
A idéia é evitar visitas aos Estados onde a aliança sofre algum tipo de abalo, como é o caso de Goiás. A disposição é também investir na construção de um discurso para o candidato, a apresentação de bandeiras.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é um dos maiores críticos da falta de um discurso político.
Um dia após participar de um jantar com empresários em São Paulo, Tasso e o coordenador-geral da campanha, senador Sérgio Guerra, estiveram ontem com jornalista Luiz Gonzalez, cotado para assumir a comunicação da campanha. Antes, almoçaram com FHC.
Tanto o ex-presidente como Tasso apostaram no melhor desempenho do candidato a partir de agora. "Acho que o pior mês que tivemos foi o mês de maio. Tudo contra gente foi no mês de maio. A partir de junho, só temos a melhorar. Se tivemos no pior, no pior, no pior do mês, que foi maio, 22%, daí é pra cima", disse Tasso.
FHC também manifestou confiança em melhor desempenho após o horário eleitoral. "A estratégia agora é o Geraldo crescer até as eleições", afirmou o ex-presidente, apostando na "exposição mais freqüente" de Alckmin. (CS)


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