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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Marta corteja classe média e ataca gestão Serra-Kassab
Petista enaltece apoio de Lula, ausente na convenção que a lançou como candidata
Ex-prefeita faz apenas uma menção a Alckmin, para atacar o prefeito do DEM, e explora a divisão tucana: "Aqui, estamos unidos"
RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO
CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não compareceu,
mas a convenção que lançou
ontem a candidatura de Marta
Suplicy (PT) à Prefeitura de
São Paulo escancarou a estratégia de usá-lo como principal cabo eleitoral da campanha.
Diante de uma foto de Marta
e Lula lado a lado e ao som de
um samba e de um forró que remetiam a antigos jingles do
presidente -como o "deixa ela
trabalhar" e "eu quero Marta
lá"-, cerca de 2.500 militantes
do PT aprovaram a coligação
com PC do B (Aldo Rebelo será
o vice), PSB, PDT, PRB e PTN.
Em seu discurso, Marta explorou a divisão tucana
-"Aqui, estamos unidos"-,
distribuiu promessas à classe
média -"Poderemos ampliar a
inclusão dos mais pobres e sustentar a ascensão social daqueles que compõem a novíssima
classe média"- e centrou críticas no prefeito Gilberto Kassab
(DEM) e no governador José
Serra (PSDB), acusados de promover "enrolação social" e soluções "faz-de-conta".
"Serra assumiu [a prefeitura,
em 2005] fazendo graça de melhor ministro da Saúde. Não teve desempenho à altura do
alarde feito." O afago à classe
média é estratégia da petista
para reconquistar apoio nesse
estrato paulistano, crítico na
gestão dela (2001-2004) da
criação da taxa do lixo, entre
outras medidas.
Sobre Geraldo Alckmin
(PSDB), houve apenas uma
menção, relativa às escolas de
lata que ele teria copiado da
gestão municipal "Pitta-Kassab". O prefeito foi secretário
de Celso Pitta (1997-2000).
A petista disse que centrará
sua administração na "inovação, participação e inclusão".
"Tenho orgulho de ser companheira histórica do presidente
Lula, de ter participado do seu
governo e de ter o seu apoio."
"Fator Lula"
O "fator Lula" levou dirigentes do partido a falar pela primeira vez em vitória no primeiro turno. "Para derrotar a Marta, o PSDB e o DEM terão que
derrotar o PT, o PSB, o PDT, o
PC do B e passar por cima do
presidente Lula. Eles sabem
que isso é praticamente intransponível, então temos que
trabalhar para Marta vencer no
primeiro turno", discursou o
presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia.
Realizado ao custo de R$ 85
mil em uma casa de eventos da
zona oeste, a convenção contou
com "chuva" de estrelas brilhantes. Apenas um ministro
-o sucessor de Marta no Turismo, Luiz Barretto- apareceu.
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva
(PDT), não foi, embora tenha
subido ao palanque na convenção pedetista da véspera. Ele é
investigado por suspeita de
participação em esquema de
desvio de recursos públicos.
"Não fazemos justiça com as
próprias mãos. Nós respeitamos o Paulinho. Seu apoio é importante", disse Aldo à Folha.
De manhã, um pequeno grupo
de petistas rechaçou a aliança.
"Aqui não é jogo de partidos
que inventaram parentesco para ganhar eleição", afirmou
Marta, se esquecendo que o PT
tentou se aliar ao PMDB e ao
PR, que fecharam com Kassab.
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