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ELEIÇÕES 2008 / RIO DE JANEIRO
TRE-RJ recusa ajuda da Força Nacional e diz não haver crise
Segundo Roberto Wider, presidente do tribunal, há apenas "problemas pontuais"
Em reunião de Wider com o secretário de Segurança Pública e o superintendente da PF no Rio, foi definida a criação de grupo de trabalho
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) concluiu que não há
crise no processo eleitoral do
Rio, que as acusações de que
tráfico de drogas e milícias impõem candidatos têm objetivos
políticos e que, no momento,
nem Força Nacional de Segurança Pública nem Exército deveriam ser convocados para
atuar, de maneira extraordinária, na segurança da campanha.
Para tratar do tema, o presidente do TRE, Roberto Wider,
se reuniu ontem, por quase três
horas, com o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e com o
superintendente da PF no Estado, Jacinto Caetano.
Na reunião, segundo a Folha
apurou, Wider falou do que
considera manipulação política de episódios recentes da
campanha, como a acusação de
que quadrilhas de traficantes e
milicianos impedem a visita de
candidatos às comunidades
que controlam, com exceção de
seus preferidos. Segundo ele, o
que tem ocorrido no Rio "são
problemas pontuais", que não
impedirão que a deste ano seja
"a eleição mais bonita [da história] do Rio de Janeiro".
"Não podemos permitir que
isso seja objeto de especulações políticas. (...) Nesse momento, muitas pessoas têm
vontade de fazer isso -aproveitar o momento e fazer certa
pirotecnia em relação a esse tema. Nós não vamos permitir isso", disse Wider após a reunião.
No encontro, o superintendente informou a Wider que já
pediu à direção da PF o envio
de reforço para o Rio, a fim de
trabalhar no período eleitoral.
Eles não disseram quantos policiais foram pedidos. Os primeiros devem chegar na semana que vem, segundo Caetano.
Em Brasília, hoje, o presidente do TRE se reunirá com o
presidente do TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), Carlos Ayres Britto. Wider dirá que não
vê necessidade de "encher de
Exército as ruas" do Rio.
"Nós precisamos de atuação
de inteligência", afirmou ele,
para quem o trabalho policial
nas eleições não pode ser "de
guerra". Isso porque, segundo
o presidente do tribunal, "não
estamos vivendo um Estado de
exceção, continuamos dentro
de um Estado de Direito".
"Só que temos irregularidades e essas irregularidades serão apuradas. A idéia não é de
confronto", afirmou.
Ficou decidida a criação de
grupo de trabalho que reunirá
Justiça Eleitoral, Polícia Civil,
PM e PF. Embora tenha exposto aversão à idéia de ter Exército e Força Nacional patrulhando o Rio, Wider afirmou ser necessária "atuação firme dos Poderes constituídos do Estado",
já que "em certos lugares querem impor determinadas pessoas como candidatas".
Ficou decidido que o candidato que quiser fazer campanha em favela, e não se sentir
seguro, deve contatar o grupo
de trabalho para pedir apoio.
"[As autoridades] vão dar esse
apoio na medida em que analisarem que isso é coisa séria do
candidato. (...) Tem muito candidato que faz isso porque quer
aparecer", disse Wider.
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