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Entidades espalham faixas em favelas do Rio e negam favorecer políticos locais
DA SUCURSAL DO RIO
Doze associações de moradores estenderam faixas por
todas as favelas do Complexo
do Alemão, na zona norte do
Rio, para "abrir" as portas para candidatos a vereador e a
prefeito da cidade.
A investigação instaurada
pelo TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) do Rio para apurar
possível "curral eleitoral" no
conjunto de favelas irritou os
presidentes das associações.
Eles afirmam que os moradores do Alemão estão sendo vítimas de preconceito.
"A idéia [das faixas] é mostrar que o complexo é democrático, diferente do que está
sendo divulgado. Acho que isso tudo é perseguição a pessoas faveladas", afirmou o
presidente da entidade da
Grota, Wagner Nicácio.
As faixas diziam "Candidatos a vereador e prefeito, sejam bem-vindos" e "No Complexo do Alemão não tem ditadura, e sim democracia".
O TRE investiga se traficantes estão ameaçando moradores a fim de beneficiar a
reeleição do vereador Jorginho da SOS (DEM). Ele não
foi localizado para comentar
as investigações. Jorginho
obteve, nas eleições de 2004,
16,5% dos votos da 21ª zona
eleitoral, onde vota boa parte
dos moradores do Complexo
do Alemão -o que representa
25,1% dos votos que ele recebeu em toda a cidade.
O Complexo do Alemão é
vizinho ao Complexo da Penha, onde repórteres foram
ameaçados enquanto faziam
a cobertura da campanha do
senador Marcelo Crivella
(PRB) na favela Vila Cruzeiro.
O presidente da Associação
da Comunidade da Merendiba (uma das favelas da Penha), Luiz Carlos dos Santos,
o Claudinho da Merendiba,
(PSDC) é candidato pela
aliança do senador. Ele disse
que duas associações "fecharam" com ele: além da Merendiba, a do Morro da Fé.
"Mas qualquer candidato pode visitar as comunidades",
afirmou.
(ITALO NOGUEIRA)
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