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Izar rebate suspeitas e diz que acusação de empresário objetiva desestabilizá-lo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do Conselho de
Ética da Câmara, Ricardo Izar
(PTB-SP), voltou ontem a rebater as suspeitas levantadas contra ele pelo empresário Luiz
Antonio Vedoin, um dos donos
da empresa Planam, em entrevista à revista "Época".
"Foi a pior semana da minha
vida. É um absurdo ver notícias
mentirosas sendo publicadas.
Iniciou-se dentro do Congresso um processo para desestabilizar quem julga alguma coisa."
Vedoin afirmou à revista que
a ex-servidora da Congresso
Cristianne Mayrink teria feito
contatos em nome da Planam
com Izar e outros três deputados: José Mucio Monteiro
(PE), Ciro Nogueira (PP-PI) e
Luiz Piauhylino (PSB-PE).
A Planam é a empresa acusada de pagar propina a parlamentares. Em troca, eles apresentariam emendas ao Orçamento que acabariam beneficiando a empresa.
Em carta enviada à CPI dos
Sanguessugas, Vedoin desmentiu a informação publicada pela
revista. "Com relação aos fatos
apontados pela matéria, (...) tenho a informar que nunca houve tratativas comerciais envolvendo esses parlamentares
com a empresa Planam", diz
Luiz Antonio Vedoin na carta.
Cristianne também teria ligado anteontem para o gabinete de Izar e se oferecido para
declarar publicamente que
nunca manteve contato com o
parlamentar.
Pressão
Izar afirmou ontem que está
sendo vítima de pressões e
ameaças devido ao fato de comandar o órgão que processa
67 deputados acusados de envolvimento no escândalo dos
sanguessugas.
Negando-se a revelar nomes,
Izar disse que as manifestações
incluem desde apelo sentimental até ameaças explícitas. Pelo
menos um deputado o teria
procurado para tentar escolher
o relator de seu processo no
conselho. "Ele chegou ao cúmulo de virar para mim e dizer:
"Quero que o relator do meu caso seja esse'", contou.
Entre outras coisas, ele teria
ouvido frases de colegas acusados de envolvimento na máfia
como: "o senhor está colocando
a mão em vespeiro" ou "você
está falando demais, está prejudicando a gente".
O deputado também contou
ter recebido três correspondências anônimas com ameaças. Todas foram encaminhadas à Polícia Federal para análise. Ontem, o deputado circulou
pelo Congresso escoltado por
dois policiais da Câmara.
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