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Quase 80% dos executivos querem passar menos tempo no trabalho
Mulheres estão mais insatisfeitas que homens, indica pesquisa
Os executivos brasileiros dedicam em média 36% do tempo ao trabalho, o que representa pouco mais de 8,6 horas por dia. A maioria deles (62%) está insatisfeita com essa divisão --o índice vai a 69% entre as mulheres. E 77% desses profissionais reduziriam o tempo dedicado à carreira se pudessem.
O resultado é de uma pesquisa feita via internet pela consultoria de recursos humanos DMRH com 4.600 profissionais que ocupam cargos de gerente sênior a presidente de companhias no Brasil.
Maíra Habimorad, 34, vice-presidente da companhia, diz que as mulheres, por ainda serem "o pulso da casa", sentem-se mais sobrecarregadas, o que se reflete no índice de satisfação.
"E tem outra coisa. Há pessoas que gostam de trabalhar muito, mas isso virou um estigma. Ficou feio gostar muito de trabalhar e há uma cobrança para que as pessoas exerçam outros papéis", diz.
Ela diz, também, que o fato de atividades de saúde, lazer, educação e descanso ocuparem ainda um espaço muito menor do que o tempo dedicado ao trabalho faz com que o equilíbrio entre vida e carreira seja "uma ilusão".
Para Antonio Carlos Soares, 40, presidente da empresa que produz o aplicativo de produtividade Runrun.it, a "maioria das pessoas tem a sensação de estar envolvida em coisas demais, mas às vezes é só uma percepção".
Segundo ele, para sair desse "turbilhão", o primeiro passo é anotar quais são as atividades previstas e ordená-las de acordo com sua urgência ou sua importância para a organização.
"Às vezes a pessoa entrega um monte de coisas, mas é um trabalho pouco relevante, que mexe com poucos objetivos", diz.