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Máquina poderá quebrar códigos e projetar remédio
DO ENVIADO A FOZ DO IGUAÇU
Enquanto os físicos experimentais quebram a cabeça para
arranjar um meio de construir
o hardware -a matéria prima-
do computador quântico, os
teóricos se divertem elucubrando sobre como serão os
softwares -os programas.
Até agora, se conhecem poucos programas, ou "algoritmos", que devem rodar mais rápido em um computador quântico do que em um computador
normal. Um deles resolve uma
classe de problemas matemáticos para os quais não existe fórmula -as respostas precisam
ser "chutadas" uma a uma. Outro programa, já se sabe, será
capaz de quebrar códigos de
proteção de dados digitais.
Segundo o físico Daniel Loss,
um software quântico poderá
até ajudar bioquímicos a projetarem novas drogas. Remédios,
afinal, são feitos de moléculas,
que são objetos quânticos. E
nada melhor que um computador também quântico para simular seu comportamento.
Seja qual for a aplicação do
computador quântico no futuro, porém, a tentativa de construi-lo pode ensinar algo profundo sobre a realidade física.
"Um computador quântico
será, essencialmente, um gato
de Schrödinger", diz Loss, se
referindo ao experimento
mental concebido pelo alemão
Erwin Schrödinger, um dos
criadores da física quântica.
Um "qubit" pode ser zero e
um ao mesmo tempo: dois estados sobrepostos. Em 1935,
Schrödinger questionou se um
gato -grosso modo, um grupo
de átomos- poderia estar morto e vivo ao mesmo tempo.
"A sobreposição é sensível a
qualquer perturbação do meio
e questiona-se por quanto tempo é possível mantê-la", explica
Loss. "Algumas pessoas acreditam que haja um certo número
de átomos acima do qual é impossível manter a sobreposição. Eu não acredito."
O repórter IGOR ZOLNERKEVIC viajou a convite
da 5ª Pasps (www.pasps-v.com.br)
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