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Semi-árido será a região mais impactada, diz pesquisador
DO ENVIADO A CAMPINAS
O impacto mais forte do
aquecimento global sobre a
agricultura deve ocorrer justamente em uma área que já não
é favorecida. A análise feita pela
Embrapa e pela Unicamp separou as projeções município por
município e mostrou que aqueles do semi-árido são os que
mais sofrerão.
"Infelizmente, parte do semi-árido deverá virar um deserto mesmo, o que coloca o interior do Nordeste em situação
crítica", diz Hilton Pinto, da
Unicamp. Mas isso, segundo
Eduardo Assad, da Embrapa,
pode ajudar o governo e a sociedade a começarem a entender
quais são as soluções.
"No caso do Nordeste, é muito simples", diz. "A saída está
nas culturas locais.Na serigüela, no sorgo e assim por diante".
Caminhos mais genéricos,
como a integração pastagem-lavoura (para melhorar o aproveitamento das áreas mais aptas para a produção) e o melhoramento genético (plantas
transgênicas mais aptas à falta
d'água, por exemplo) poderão
ser usados para todo o Brasil.
O estudo de Assad e Pinto
também aborda o problema da
emissão de gases causadores do
efeito estufa resultantes do
avanço da fronteira agrícola no
país. A situação tende apenas a
piorar, dizem os pesquisadores,
cada vez que se derruba uma
árvore para abrir uma lavoura.
Para barrar isso, diz a dupla, a
questão do controle do desmatamento amazônico deve passar a ser central.
(EG)
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