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Marketing influencia prescrição, diz especialista
O americano Joseph Dumit é professor de antropologia e estudos sobre
ciência, tecnologia e sociedade no
MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). É autor do livro "Picturing Personhood: Brain Scans and
Biomedical Identity" (Fotografando a
Personalidade: Ressonância Cerebral
e Identidade Biomédica, Princeton
University Press), e agora prepara um
novo livro sobre a influência do marketing na saúde pública. "Meu foco
como antropólogo é entender a virada no entendimento dos remédios
como parte da vida, quando tomar
cinco ou mais se torna natural", explica. Leia a entrevista.
As estratégias de marketing das indústrias farmacêuticas influenciam a
prescrição de drogas?
Sim. Além do estudo conduzido
pelo FDA que mostra essa influência, há numerosos outros estudos
que sugerem que o marketing dirigido a médicos e pacientes cumpre
um papel na condução de prescrições, mesmo quando há evidências contrárias sobre a eficácia e a
segurança dos medicamentos.
Qual é o alvo principal do marketing
farmacêutico: médicos ou pacientes?
Nos EUA, as companhias gastam
aproximadamente US$ 6,5 milhões para influenciar médicos,
US$ 2,6 milhões para influenciar
diretamente o público, e US$ 12
milhões em amostras grátis. Eles
aplicarão em tudo que acreditarem ser necessário para aumentar
o número de prescrições. Isso inclui médicos, pacientes e governo.
Um público influenciado tem o poder
de forçar os médicos a prescrever esse
ou aquele tipo de medicamento?
Os médicos admitem isso. Os
marqueteiros insistem que acontece. Se os pacientes são ensinados
a dizer as coisas certas, é muito difícil para clínicos gerais, não especializados, fazerem qualquer outra
coisa a não ser lhes dar a receita.
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