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Trabalho na aeronáutica ainda não tem supervisão externa
DO ENVIADO A SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Muitas recomendações do
relatório de investigação do
acidente com o VLS em 2003
foram adotadas pelo IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço). Mas uma delas, que determinava a criação de uma comissão externa para acompanhar a adoção das mudanças,
não foi seguida.
O documento sugeria que
quem inspecionasse o desenvolvimento do foguete não pertencesse a entidades ligadas ao
projeto. Cinco anos após a tragédia, porém, a avaliação continua sendo feita só pela AEB
(Agência Espacial Brasileira) e
pelo CTA (Comando-Geral de
Tecnologia Aeroespacial).
"Não temos uma comissão
específica de como está o programa", diz Francisco Pantoja,
diretor do IAE. "A grande comissão externa que a gente tem
é a própria sociedade olhando."
Segundo o coronel, não há intenção de manter nada sob sigilo, mas as descobertas que são
fruto do esforço de inovação
tecnológica do projeto permanecerão resguardadas.
"Aquilo que é novo você procura preservar porque é um conhecimento que se obteve de
forma difícil." Pantoja diz que
não seria adequado o IEA nomear uma comissão externa
por conta própria, já que é o órgão executor do VLS.
"Eu sou o inspecionado", diz.
"Da minha parte, posso dizer
que seria interessante a gente
ter [a comissão externa], mas
talvez não sejamos nós que vamos criar uma coisa assim."
A investigação do acidente de
2003 também apontou problemas materiais, como cabos elétricos sem blindagem na torre e
falta de dispositivos mecânicos
de segurança para controlar do
sistema pirotécnico -mecanismos que acionam os motores e
as espoletas que separam os estágios do foguete.
Pantoja afirma que os problemas de infra-estrutura
apontados no Centro de Lançamento de Alcântara, como a falta de um radar meteorológico,
estão sendo resolvidos. "Tudo
isso está sendo reposto, e o radar já foi adquirido", diz.
(RG)
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