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Grupo pede status de proteção especial para campo amazônico
RAFAEL GARCIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma dupla de biólogos lança
hoje uma proposta para a reclassificação dos ecossistemas
de campos abertos localizados
em meio à floresta amazônica.
Os cientistas afirmam que essas áreas devem ser classificadas como "zonas úmidas" -ao
lado de pântanos, charcos e
mangues- o que daria a elas
um status de proteção especial.
Elaborada pelos ecólogos
Mario Cohn-Haft, do Inpa
(Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e Marion
Adeney, da Universidade Duke,
da Carolina do Norte (EUA), as
bases científicas da proposta
serão apresentadas hoje à tarde
em Cuiabá (MT), na 8ª Intecol,
a Conferência Internacional de
Áreas Úmidas.
"Nosso argumento é que todas as variedades de ambientes
abertos -savanóides- na
Amazônia são, de fato, "wetlands" [zonas úmidas] e como
tal se qualificam para tratamento especial", diz Cohn-Haft. "Elas contém uma biodiversidade endêmica [restrita a
cada local] e são tão especiais
que merecem ser reconhecidos
como um bioma em si. Como
são "wetlands" de importância
biológica e grau de ameaça elevado, são sujeitas a proteção integral e categórica no âmbito da
Convenção de Ramsar, da qual
o Brasil é signatário."
Esse tratado, vigente desde
1975, prevê um status de tratamento diferenciado para áreas
naturais que tenham o solo
inundado durante grandes períodos. São áreas de importância ecológica abrangente e fundamentais, por exemplo, para a
sobrevida de aves migratórias.
No Brasil, porém, as zonas
úmidas amazônicas eram pouco conhecidas, e sua classificação como tal dependia de uma
melhor caracterização por biólogos. "Nós estamos apresentando uma variedade de evidências para alagamento nessas áreas em várias localidades
ao longo da bacia Amazônica e
argumentamos que, como tal,
esses habitats são de fato zonas
úmidas", escrevem os biólogos.
Vastos campos alagáveis
existem no sudeste do Amazonas e no norte de Roraima, incluindo áreas dentro da terra
indígena Raposa/Serra do Sol.
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