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Fasano vende casas para equacionar dívida
Empresa do setor imobiliário que já era sócia nos hotéis do grupo adquire 13 restaurantes por R$ 53 milhões
Rogerio Fasano fica com 35% da sociedade, mas continuará à frente dos endereços como diretor operacional
A venda dos restaurantes da família Fasano para o sócio JHSF --construtora dona do shopping Cidade Jardim e de outros empreendimentos imobiliários de alto padrão-- foi a saída para equacionar a dívida dos estabelecimentos número um da gastronomia italiana do país e, ao mesmo tempo, diversificar os negócios do grupo.
Fasano e seus irmãos deixam de ser donos dos restaurantes, mas continuam com participação de 35% na Hotel Marco Internacional, empresa hoje controlada pela JHSF e que adquiriu 13 restaurantes por R$ 53 milhões.
Apesar de não ser mais dono, Rogerio Fasano continuará à frente dos restaurantes como diretor operacional e com poder de decisão sobre os rumos da rede, incluindo sua ampliação.
Com a venda, ele se livra de pesados juros bancários e deve acelerar o plano de expansão da marca, que está no forno há anos.
Diversos fornecedores dos restaurantes já apresentaram propostas. "Uma ideia é ter muita coisa de cozinha com o selo Fasano", disse Paulo Antunes, presidente da Hotel Marco Internacional.
"Vamos explorar comercialmente uma marca que tem um valor enorme", disse Antunes. "Por que não aproveitar a experiência e o renome do nosso sommelier para, por exemplo, selecionar uma vinícola cuja produção chegará aos empórios com a marca Fasano?", diz.
Antunes não revela os projetos, mas afirma que eles já estão saindo do papel.
ANTECEDENTES
Há sete anos, Rogerio Fasano esteve à beira da falência com o lançamento do hotel em São Paulo e desfez a parceria com João Paulo Diniz.
Diniz apresentou a ele, então, a JHSF. A incorporadora passou a ter 65% da Hotel Marco Internacional --empresa dos Fasano que geria apenas os hotéis da rede. Rogerio Fasano e seus irmãos ficaram com 35% do negócio. Paralelamente, a JHSF passou a assessorá-los na gestão financeira dos restaurantes.
A Folha apurou que, nos últimos três anos, Fasano queria ampliar a marca, mas as dívidas dos restaurantes, cujos valores não foram revelados, e a falta de faturamento médio congelaram o plano.
A venda desses estabelecimentos para a empresa em que a família também é sócia foi a solução. Tendo à frente uma empresa do porte da JHSF, Fasano passa a ter mais condições de renegociar juros com os bancos e acesso a novos financiamentos.
Também fez parte do acordo a ampliação do direito de uso da marca Fasano pela Hotel Marco Internacional em qualquer área de atividade.
A reportagem tentou falar com Rogerio Fasano, mas não obteve retorno até a conclusão desta edição.