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Branquinha centenária Em engenho que funciona desde 1755 na cidade de Coronel Xavier Chaves, em Minas Gerais, e que pertenceu a irmão de Tiradentes, cachaça pode custar até R$ 300 PRISCILA PASTRE-ROSSIENVIADA ESPECIAL A CORONEL XAVIER CHAVES A cidade de Coronel Xavier Chaves, a 160 km de Belo Horizonte, não faz parte do circuito turístico convencional. Mas é parada obrigatória para os amantes de cachaça. Quem visita as cidades vizinhas -entre as mais conhecidas da região estão Tiradentes e São João del Rei- pode fazer uma parada estratégica para provar a branquinha. Não se sabe ao certo o ano em que o engenho da cidade foi construído, mas há registros de que funciona há 257 anos e de que um dos primeiros donos foi o padre Domingos da Silva Xavier, irmão de Tiradentes. Segundo a Embratur, trata-se de um dos engenhos mais antigos ainda em funcionamento no Brasil. Hoje, o lugar pertence à sétima geração da família. Quem recebeu a reportagem foi um dos donos, o zootecnista Nando Chaves, 50. Ele conta que o local não foi modernizado nesses dois séculos e meio. O objetivo é interferir o mínimo possível tanto nas instalações quanto no processo tradicional de produção da cachaça. "Fiscais do Ministério da Agricultura já recomendaram que a gente colocasse azulejo para cobrir a parede de pedras da adega", conta Chaves. "Mas nós explicamos que elas fazem parte da história, que não prejudicam em nada a produção da bebida." Além da arquitetura, a família procura manter o processo original de produção. Como parte disso, Chaves diz que não adiciona produtos químicos e procura usar a cana integralmente. O bagaço é levado para a fornalha que aquece o alambique. A cinza vira fertilizante para a lavoura de feijão e de milho -que são ingredientes usados para fermentar a cachaça- e da própria cana. A cachaça artesanal que sai do alambique de Coronel Xavier Chaves tem 40º de álcool. Com o rótulo Século XVIII, só é encontrada ali mesmo no engenho, com preços entre R$ 30 (safra atual) e R$ 300 (safra de 2002). Há 20 anos, a maior parte da produção é vendida para a marca Santo Grau, que engarrafa e distribui a cachaça por preços similares. A Santo Grau Coronel Xavier Chaves custa R$ 35. A Coronel Xavier Chaves Século XVIII, que descansa por dez anos em dornas de inox dentro da adega de pedras, sai por R$ 299. A jornalista PRISCILA PASTRE-ROSSI viajou a convite do Festival Cultura e Gastronomia Tiradentes Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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