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Minha História Fabio Granato, 52 Do coração do mar Italiano que abriu duas unidades do Serafina em São Paulo e tem dez endereços só nos EUA conta que foi parar na gastronomia por promessa feita à deriva (...) Depoimento a LUISA ALCANTARA E SILVADE SÃO PAULO RESUMO Nascido na Itália, Fabio Granato, 52, mudou-se para NY na adolescência. Em 1994, quando ainda trabalhava no ramo da construção, foi velejar e se perdeu no mar com o amigo Vittorio Assaf. Juntos, prometeram abrir um restaurante se saíssem vivos. Sobreviveram. E abriram o Serafina, que hoje tem 14 unidades. A mais recente foi aberta em SP. É a segunda na capital -são filiais da rede, pertencentes a um grupo brasileiro. Minha infância e minha adolescência foram ótimas, mas um pouco complicadas. Sabe como é, eu nasci em Torino, e a família italiana é muito conservadora. Quando vim pela primeira vez a Nova York, como turista, aos 18 anos, não quis mais retornar. Depois de uma noite no Studio 54 [casa noturna aberta em 1977, no auge da "era disco"], eu me apaixonei por uma menina e nunca voltei para casa. Mas não foi só a garota. A loucura da cidade me encantou. Eu mal falava inglês, mas decidi me virar e alcançar o "american way of life". Estudei, fiz alguns cursos na minha área, em arquitetura, design e construção. Eu trabalhava desde pequeno no negócio da minha família, construção. Sempre me interessei por isso. Pouco depois, eu e meu irmão abrimos uma companhia de instalação de mármore no Brooklyn [bairro de NY]. Isso foi lá pelo final dos anos 80. Foi quando conheci Vittorio Assaf. Ele queria fazer negócio com a gente e nós nos tornamos amigos. CONVITE PARA VELEJAR Vittorio tinha uma casa em Shelter Island [no Estado de Nova York] e me chamou para passar um final de semana lá, com as nossas namoradas. Eu e a minha íamos pular de paraquedas, mas, como estava ventando muito, não pudemos saltar. Voltamos para casa, e as mulheres quiseram tirar um cochilo. Vittorio me chamou para velejar. Dissemos para elas: "Durmam. Vamos dar uma volta e já voltamos". Eram umas 17h30 quando saímos. O vento estava muito forte, derrubou a vela do barquinho e nós ficamos completamente perdidos, porque não tínhamos nenhum equipamento. Ficamos um tempão procurando por ajuda, mas não aparecia ninguém. Já era noite quando perceberam o nosso sumiço. Então, elas ligaram para a emergência. Ficamos lá até umas 2h da manhã, e, para evitar o desespero, começamos a falar sobre vários assuntos. Entre eles, comida. Vittorio falou que fazia a melhor pizza, e eu disse que preparava a melhor pizza napolitana. Criou-se uma enorme sinergia, e foi incrível como dali, do meio do mar, saiu algo positivo. Estávamos conversando para nos manter ocupados e fizemos uma promessa: se saíssemos vivos, abriríamos um restaurante juntos. Ali mesmo nós pensamos naquilo que queríamos: uma casa italiana e relativamente barata. Um helicóptero nos encontrou. Voltamos a Nova York e procuramos um lugar para montar o restaurante. ADEUS, MÁRMORE Abrimos o primeiro restaurante um ano depois (1995). Fiquei tão entusiasmado com o Serafina que deixei de lado a companhia de mármore. Com o Serafina, eu achava que faria algo bom porque acredito que as coisas dão certo quando a gente faz algo com paixão e vontade. Mas, sinceramente, não esperava tanto sucesso. Não imaginava que estaríamos em todos esses lugares... Hoje temos dez endereços só nos Estados Unidos. Acabamos de abrir o segundo restaurante em São Paulo, onde logo vamos inaugurar outro. Também temos casas em Moscou e em Tóquio e, e ainda neste mês devemos abrir uma em Mumbai, na Índia. A ideia é continuar expandindo e levar o nosso conceito para mais lugares. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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