Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Crítica Restaurante
Cozinha mediterrânea vai ao Butantã
Menu do Extravirgen revela semelhanças entre culinárias como a árabe, a espanhola e a italiana
Fotos Karime Xavier/Folhapress | ||
Paella valenciana servida no extravirgen |
Depois de tantos restaurantes ditos "mediterrâneos", que eram na verdade somente italianos, temos agora uma nova casa que procura respeitar a geografia do termo e servir um cardápio eclético, contemplando vários países da região, o Extravirgen.
Nem sei se é a melhor coisa a fazer. Deve ser difícil dominar, numa mesma cozinha e com a mesma equipe, culinárias que, apesar de pontos em comum, têm disparidades. Mas para o público não deixa de ser interessante cotejar as semelhanças e diferenças entre as mesas dos árabes e dos espanhóis, por exemplo.
No caso do Extravirgen, a ideia veio da origem dos proprietários, os produtores culturais Carlos Eduardo Martins Macedo, 45, e sua mulher, Cinthya Ardanuy Macedo, 41. Além de terem na
cozinha um hobby, ambos têm sangue mediterrâneo -Dado é descendente de imigrantes italianos, espanhóis e portugueses, e Cinthya tem ascendência catalã.
Para conceber o Extravirgem, eles chamaram o chef consultor Rildo Gonçalves, 45, um ex-administrador de empresas que terminou fazendo curso de cozinheiro e trabalhou em restaurantes como o Alimentari e o Brado.
O restaurante foi instalado num lugar curioso, um complexo de restaurantes e outras lojas num terreno no Butantã. O Extravirgem fica numa grande oca com teto de palha, mesas simples, vista para os arredores e um ar informal, quase praiano.
Um pequeno palco é improvisado numa lateral. À noite, há apresentações musicais. As que presenciei eram discretas. Convidavam a ser ouvidas sem ensurdecer quem preferia conversar.
De dia não há música e funciona um cardápio diferente para o almoço, que é simpático e barato. O menu tem preço fixo, com opções como frango assado ao zátar e limão com legumes sautés
e couscous marroquino, ou polpettone com tomates e tagliatelle na manteiga e sálvia (na segunda-feira).
Hoje, quarta, há itens como gaspacho, cassoulet com arroz e cafta (de carne já um pouco passada, mas ainda suculenta) com coalhada seca, homus e arroz integral marroquino (um pouco seco).
À noite funcionam as opções à la carte, começando por tapas, "antipasti" ou "mezzès" (termo usado segundo a nacionalidade), como cogumelos e brie gratinados, falafel ao molho de tahine e caponata de berinjela.
Dos principais, o mais ostentoso é a paella valenciana; o mais sequinho, uma pena, foi o mignon de cordeiro em crosta de ervas, legumes sautés e arroz. Dos mais italianos, o risoto de frutos do mar, com tomate muito acentuado no molho. De sobremesa, crumble de banana com sorvete de creme.
Notícias
Semanais
Pesquisas
Pesquise as edições anteriores
Busca