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Vinhos
O prazer de beber sem altas viagens
Refrescando
ALEXANDRA CORVOO ideal é se refrescar aproveitando brancos ideais para o calor, com graduação alcoólica mais baixa
Não é porque o Natal acabou e nos esbaldamos que precisamos deixar nosso bom hábito de tomar vinho pra trás. Podemos modificá-lo a fim de torná-lo mais adequado, já que o calor não costuma dar trégua.
O ideal, antes que o Réveillon chegue, é se refrescar, aproveitando uma nova leva de brancos ideais para o calor. Refiro-me a vinhos com graduações alcoólicas mais baixas.
Assistimos, há alguns anos, um aumento gradual e significativo do nível de álcool nos vinhos. Teorias indicam uma modificação importante no clima das regiões mais frescas tradicionais europeias, que antes produziam vinhos até 12 graus e hoje produzem pouco abaixo dos 13.
Mas há também a tendência de oferecer vinhos de alta graduação, pois o álcool pode dar textura adocicada ao vinho, deixando-o mais fácil de tomar. Essa tendência se dá principalmente em regiões de verão muito quente, como o Novo Mundo.
Para fugir dessa tendência, busque regiões de verão mais ameno, ou que, mesmo quente, tenham proximidade com o Atlântico que, com ventos úmidos, ajuda uvas a não concentrarem tanto açúcar, dando vinhos não tão pesados.
O vale do Loire e a região portuguesa dos Vinhos Verdes têm um lado Atlântico, os brancos de Bordeaux podem ser boas opções, assim como o Brasil, onde alguns produtores exploram positivamente a umidade no ar.
O verão fresco na Europa se dá na França, Áustria e Alemanha, principalmente. Vinhedos em áreas influenciadas pelo Pacífico, como as costas chilena e californiana, recebem ventos frios, que significam equilíbrio entre maturidade de açúcar e acidez. São dicas para refrescar o paladar, a sede e a alma para o próximo ano.