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FEHAB
Para fabricantes, o processo de industrialização dos canteiros é irreversível e em 2010 já não haverá obras com tijolos
Expo Cimento flagra o fim do artesanato
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A 2ª edição da Expo Cimento
-Feira Nacional de Produtos de
Cimento- quer mostrar a flexibilidade do uso dos pré-fabricados de concreto, que vêm revolucionando os canteiros de obras.
De acordo com os agentes do
mercado, antes os canteiros eram
marcados pelo grande movimentação de materiais e pelo ritmo
lento. Hoje, por conta dos pré-fabricados, virou terreno para obras
mais limpas e produtivas.
Para demonstrar esse avanço, o
estande da ABCIC (Associação
Brasileira da Construção Industrializada em Concreto) terá
exemplos ao vivo dos processos
de montagem e desmontagem de
um mezanino de 70 m2.
"Os pilares, vigas e painéis pré-fabricados de concreto serão feitos de forma acelerada -em torno de 45 minutos-, por duas vezes a cada dia da feira", conta Hugo Rodrigues, 47, gerente de comunicação da ABCP Associação
Brasileira de Cimento Portland.
Para Milton Moreira Filho, 47,
presidente da ABCIC, os pré-fabricados de concreto seguem a
tendência mundial da industrialização, pois trazem qualidade, baixo custo e velocidade à obra.
"Hoje em dia, 30% da construção civil no Brasil é industrializada. Nos próximos oito anos, ela
deixará de ser artesanal. E, finalmente, por volta de 2010, a juventude não saberá mais o que é um
tijolo", diz. Segundo ele, essa edição da Fehab "é o grande marco
para o início da industrialização".
Praça
Para Emílio Eugênio Auler, 42,
diretor comercial da Reago, outra
grande vantagem dos pré-fabricados é o planejamento da obra desde o início. "Todos os detalhes são
analisados, não há desperdício."
A Expo Cimento, que neste ano
vem com 12 mil m2, espaço 50%
maior que o de 2001, repetirá sua
principal atração, a Praça Central.
Projetada pelo paisagista Benedito Abbud, a nova versão foi totalmente reestilizada e apresentará usos exemplares de produtos
de cimento e concreto em projetos de urbanização e paisagismo
nas cidades brasileiras.
"Usaremos artefatos como os
pavimentos intertravados, que serão aplicados nas calçadas da avenida Paulista [zona central de São
Paulo"", conta Rodrigues.
Além disso, a praça deve tornar-se um ponto de encontro dos visitantes. Para os organizadores, "é
um lugar agradável para se sentar,
conversar, falar de negócios e reparar nos detalhes".
Casas 1.0
O evento ainda terá outras atividades, como seminários técnicos
e o lançamento do manual da
ABCP sobre habitações populares
-chamadas pelo setor de construção civil de "casas 1.0", numa
alusão ao tipo de motor que equipa os veículos "populares"-, que
será distribuído para prefeituras.
Esse projeto faz parte do Programa Brasileiro de Qualidade e
Produtividade do Habitat (PBQP-H), que prevê a construção de casas populares em concreto celular
ou alvenaria estrutural dentro de
bairros sustentáveis, com toda a
infra-estrutura de energia elétrica,
água, rede coletora de esgoto, coleta de lixo seletiva, pavimentação
de ruas e construção de escolas a
preços acessíveis.
Segundo Rodrigues, a analogia
aos carros "populares" foi proposital. "Eles tiveram amplo respaldo do governo, com juros mais
baixos e financiamentos acessíveis." Para ele, a iniciativa pode
reduzir o déficit habitacional do
país, que é de 5,5 milhões de casas.
As inscrições para as palestras
da Expo Cimento são gratuitas e
podem ser feitas no site www.expocimento.com.br. (CAZ)
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