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MATERIAIS
Depois de combater os odores, fabricantes agora desenvolvem produtos que não agridem a saúde e o ambiente
Tinta entra na era da correção ecológica
BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O crescimento no número de latas com a frase "baixo odor" mostra a preocupação dos fabricantes
de tintas com o nariz dos clientes.
Mas a iniciativa de eliminar os
efeitos nocivos de alguns componentes está só começando.
Nessa linha, o Idhea (Instituto
para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica) mostra três lançamentos que se propõem a cumprir esses dois requisitos. São eles
uma cola, uma resina e uma tinta
elaboradas sem solventes.
Feitas à base de óleos vegetais, a
cola e a resina não têm cheiro e
não liberam elementos prejudiciais à saúde e ao ambiente.
"A demanda no setor residencial representa 70% do nosso
mercado de resinas", conta Aloysio Silva Araújo Junior, 51, diretor
de desenvolvimento da Sealcolor,
fabricante da cola e da resina.
A tinta tem as mesmas propriedades. Segundo Antonio Gonçalves Frutuoso, 43, engenheiro químico da Midas Elastômeros, fabricante do produto, "o odor é
muito fraco por causa da qualidade da resina e porque o solvente
utilizado na fabricação é a água".
O engenheiro Percival Andrade
Nascimento, 46, procurou produtos ecologicamente corretos para
a reforma da sede de uma entidade em Paulínia (126 km a noroeste
de São Paulo) e aprovou a tinta.
"Rendeu 20% a mais do que o
previsto e custou apenas cerca de
5% a mais do que as tradicionais."
Para não prejudicar a saúde, o
segredo desses produtos reside no
fato de não possuírem VOCs (sigla em inglês para compostos orgânicos voláteis) nas fórmulas.
Existem diversos tipos de
VOCs, mas, no caso das tintas, o
principal deles é o solvente, cujo
papel é suavizar a viscosidade para facilitar a aplicação e ajudar a
manter a secagem homogênea.
Proteger paredes, madeira e
concreto com um produto elaborado sem solventes significa que,
enquanto ele estiver secando, liberará teores mínimos de VOCs.
"Os compostos são mais nocivos ao morador do que ao ambiente", afirma Kai Loh Uemoto
Deng, 55, pesquisadora da área de
tintas da Escola Politécnica da
USP (Universidade de São Paulo).
Especialmente a de quem tem
problemas respiratórios. "Níveis
altos de solvente desencadeiam
reações em quem tem rinite alérgica e asma ou estiver debilitado
ou com gripe", diagnostica Fábio
Morato Castro, 47, supervisor do
serviço de imunologia e alergia do
Hospital das Clínicas.
ONDE ENCONTRAR - Idhea: 0/xx/11/
5524-6120; Tintas Renner: 0800- 512380
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