|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TECIDOS
Material têxtil de decoração começa a disputar com o de vestuário; sofás e cortinas mantêm a preferência
"Vestir" a casa vira tendência também em solo brasileiro
DA ENVIADA ESPECIAL A FRANKFURT
Se comparados aos europeus e
aos norte-americanos, os brasileiros ainda não têm a mesma disposição para forrar a sua casa com
tecidos. Mas, ao que tudo indica,
esse quadro está mudando.
Os têxteis para decoração começam a disputar medidas com
os dedicados ao vestuário e hoje
representam cerca de 10% do
mercado de tecidos no Brasil.
A estimativa é feita por Marielza
Milani, 55, coordenadora do grupo de tecelagem para decoração
da Abit (Associação Brasileira da
Indústria Têxtil e de Confecção).
"É uma fatia relevante do mercado e que está em crescimento",
comenta Milani. Tanto que a associação já está estudando a realização de um mapeamento específico sobre esse segmento.
Os campeões da preferência nacional, porém, ainda são os revestimentos para sofás e os tecidos
para cortinas, de acordo com a
coordenadora da Abit.
O arquiteto Luís Augusto Garçon concorda com ela: "Não temos cultura de forrar paredes
com tecido, que, para o ambiente,
geralmente é mais uma solução
acústica do que estética".
Ocupar os espaços vazios
Para a designer de interiores
Mon Liu, decorar paredes com tecidos acústicos dá um toque diferenciado ao ambiente.
Ela também aponta como alternativa à tinta o revestimento de
paredes com lambris de madeira
até a metade, preenchendo o restante, então, com tecidos.
Fora da sala de estar, ela diz que
por aqui se usam muito tecidos
náuticos e couros laváveis em
áreas externas, como as de piscinas. "O mercado brasileiro costuma aceitar muito bem as novidades", afirma a designer.
Para Liu, os preferidos ainda
são os naturais. "Têm menos resistência do que os sintéticos, mas
são mais confortáveis ao toque",
opina. "A palha, por exemplo, está sendo muito usada como porta
de armários, especialmente em
casas de praia", conta.
Já Luís Augusto Garçon destaca
os sintéticos, como a microsseda e
o poliéster, "que não perdem a
textura e o caimento". "A microsseda, o couro sintético e os tecidos
tramados com aparência natural
são cada vez mais bem-feitos."
Brasilianismo
Para as estampas, o arquiteto
comenta que "motivos florais,
adamascados e brasilianistas, como palmeiras e bananeiras, são
sempre muito usados".
Mas a falta de tradição do tecido
na decoração não significa que
por aqui não existam diversas opções para os adeptos das tramas
dentro e fora de casa.
"Tecidos com proteção solar e
especiais para banheiros e piscina
já são comercializados há cerca de
cinco anos no país", explica Milani. Ou seja, os fãs desse tipo de decoração não estão desamparados.
(BRUNA MARTINS FONTES)
Texto Anterior: Decoração: Feira expande tecidos para além da janela Próximo Texto: Brasileiros trazem poucas novidades Índice
|