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SINTÉTICO
Material imita pedra em revestimentos e substitui aço em estruturas, mas custa até 10 vezes o valor de peça normal
Mais cara, fibra de vidro traz praticidade
BRUNA MARTINS FONTES
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A fibra de vidro, companheira
de longa data de carrocerias de
carros velozes e cascos de barcos,
aos poucos entra em casa e ganha
espaço nos canteiros de obras.
O material, conhecido por sua
leveza e durabilidade, reveste
paredes com aspecto de pedra, tijolo ou madeira, alivia o peso de
painéis de concreto, substitui o
aço no concreto armado e dá forma a pingadeiras e rufos.
Em Nova York, o escritório do
arquiteto Joel Sanders finalizou
recentemente o projeto de quartos modulares em fibra de vidro,
que serão instalados em um hotel
em Londres.
Por aqui, o engenheiro Henrique Uesugi, 47, já produz, sob encomenda, itens como pingadeiras
(coberturas em muros para desviar água da chuva), rufos (peças
instaladas no encontro entre a parede e o telhado para evitar infiltração), degraus e tampas de caixas de esgoto e gordura.
"As peças podem ter qualquer
cor e forma, e o material não sofre
corrosão", comenta Uesugi.
O metro linear instalado da pingadeira sai por R$ 160.
O preço do metro linear instalado de uma pingadeira tradicional,
em chapa galvanizada, é muito
mais baixo: R$ 25, em média. A
desvantagem é que ela enferruja.
Outra novidade são placas da
Dex Painéis que simulam pedras,
tijolos e madeira. Aparafusadas
em superfícies como "dry wall",
alvenaria ou madeira, podem receber pintura e custam R$ 350 por
metro quadrado instalado.
Revestir um metro quadrado de
parede com pedras naturais custa
um décimo disso -a partir de
R$ 35, incluindo mão-de-obra,
mas pode chegar à casa dos
R$ 140-, mas implica sujeira na
colocação (com areia e cimento) e
dificuldade de limpeza.
Durabilidade
O material usado em peças e estruturas é composto por fibras de
vidro, responsáveis pela resistência, e resina (como epóxi e poliéster), e a mistura tem vida longa,
dizem engenheiros e fabricantes.
"É incorrosível, muito resistente
a intempéries, especialmente à salinidade da brisa em regiões próximas ao mar", afirma Protasio
Ferreira e Castro, 56, professor da
Escola de Engenharia da Universidade Federal Fluminense.
Mas, com o tempo, as peças expostas às intempéries ficam amareladas. "Em geral, duram de oito
a dez anos, mas é possível limpá-las. As telhas podem receber aditivos para proteção contra os raios
ultravioleta", explica Carlos Ferrari Ramos, 53, diretor do Centro
de Serviços de Fibra de Vidro.
"Uma casa pode ser totalmente
feita em fibra de vidro. Já fizemos
projetos assim, mas não foram
aprovados por causa do alto custo", diz José Ruas, 39, gerente comercial da fabricante Cogumelo.
Ruas calcula que uma casa feita
com fibra de vidro custe 60% a
mais do que uma em alvenaria. "É
cara na compra, mas não requer
manutenção", pondera Ramos.
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