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SINTÉTICO
Técnicos divergem sobre uso do composto em pontos estruturais e dizem que não deve ser empregado em pilares
Fibra prolonga a vida útil de estruturas
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A aplicação da fibra de vidro em
obras vai além da aparência. O
material também pode ser misturado ao concreto e à madeira para
reforçar, proteger ou dar mais leveza a peças e estruturas.
"Dá para fazer concreto armado
com barras de fibra de vidro no
lugar das de aço", diz Protasio
Ferreira e Castro, da Universidade Federal Fluminense.
Ele recomenda essa saída em
construções de concreto aparente
em regiões próximas ao mar para
evitar os efeitos da salinidade.
Segundo Castro, as barras de fibra de vidro têm boa resistência à
tração, mas não à compressão.
"Devem ser usadas em elementos
que são flexionados, como lajes e
vigas, mas não em pilares."
O uso da fibra em estruturas para substituir o aço é discutido entre especialistas. "No Brasil, há
pouca tecnologia para usá-la em
estruturas", aponta José Ruas, gerente comercial da Cogumelo.
A fibra de vidro também já foi
testada como aliada para reforço
de estruturas de madeira por pesquisadores do Lamem (Laboratório de Madeiras e de Estruturas de
Madeira) da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC).
Peças de pinus laminadas com
fibra mostraram mais resistência
do que se não tivessem a laminação. "As vigas ficam mais fortes,
especialmente nos pontos de
emenda, região mais frágil", explica Antonio Alves Dias, 45, professor do departamento de engenharia de estruturas da EESC. O
aumento da resistência vai a 60%.
"A madeira é mais barata, mas a
fibra de vidro não degrada, não dá
cupim e permite fazer vãos maiores", ressalta Antonio Robim, diretor comercial da Aepi do Brasil,
que sugere a aplicação do material
em estruturas de telhados.
Painéis mais leves
Painéis pré-fabricados de concreto ficam mais leves quando ganham fibra de vidro em sua composição, dispensando o aço. São
usados para revestir fachadas.
Enquanto o metro quadrado
das placas de concreto maciço pesa 300 kg, um painel com adição
de fibra com as mesmas dimensões fica em 70 kg, segundo Fabio
Pisciotta, 39, diretor da Pavi do
Brasil (fabricante dos painéis).
"Facilitam a instalação e não
correm risco de corrosão", ressalta Luiz Henrique Ceotto, 51, diretor de construção da incorporadora Inpar, que usou o material
no projeto de um hotel.
O metro quadrado de painel sai
por R$ 180, custo similar ao do
material tradicional.
(BMF)
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