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MATERIAIS
Arquitetos e decoradores recomendam mesclar as peças com pastilhas de vidro, tecidos, texturas e até aço inox
Barato, azulejo pode ficar bom e bonito
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Fácil de limpar, resistente e barato. Com essa massa de qualidades, o azulejo está assentado na
preferência de consumidores e
construtoras para revestir as paredes do banheiro e da cozinha.
Mesmo assim, há quem acrescente à mistura o adjetivo "monótono" e torça o nariz para uma parede de azulejos até o teto.
Para esses, arquitetos e decoradores indicam materiais como
pastilhas de vidro, texturas e aço
inox como companheiros desse
velho imigrante português.
"Ainda se usa com frequência
azulejo até o teto, mas muitos preferem personalizar a decoração
com detalhes", opina o arquiteto
Artur Jorge Soares, 32.
No banheiro, o azulejo não precisa dominar inteiramente a parede, a não ser a do boxe.
As opções para alternar com os
tradicionais ladrilhos são muitas,
como faixas decorativas, pastilhas
de vidro, tinta epóxi, azulejos decorados e até texturas laváveis.
E nem os tecidos ficam de fora.
A designer de interiores Mon Liu
aponta dois materiais: uma trama
de fibra de vidro ou tecido de palha (este mais adequado para lavabos, porque não é lavável).
Há combinações mais ousadas.
Soares usou o inusitado aço inox
para dar a paredes de banheiro
um "ar mais contemporâneo".
Já a designer de interiores Terezinha Silvestrini forrou paredes
de um lavabo com camurça e fez
uma faixa de madeira wengue na
parede de uma cozinha.
Na opinião de arquitetos e decoradores, o azulejo ainda é o mais
indicado para forrar paredes que
sofrem com o excesso de gordura.
"A cerâmica é mais adequada
para cozinhas grandes e muito
utilizadas", comenta Silvestrini.
Ela completa que pastilhas de
vidro, pintura com epóxi e fórmica, apesar de precisarem de mais
manutenção, podem ser adotadas
por mestres-cuca de microondas.
Piso e paredes
No chão, a lajota não precisa ficar sozinha. "Tozzettos" (pedaços
de piso cortados e encaixados entre as lajotas) e desenhos feitos
com outros materiais podem ficar
lado a lado com ela.
Mas, para o arquiteto Luís Augusto Garçon, a escolha requer
cuidado. "É complicado combinar materiais que desvalorizem a
cerâmica, como o mármore."
Azulejo à moda portuguesa deixou, há muito, de ser o par perfeito das paredes de casa. Quem
entra em uma loja de materiais
de construção se depara com infindáveis alternativas, especialmente os derivados da cerâmica.
Mas nem sempre aquele piso esmaltado radiante ou um precioso
ladrilho hidráulico são as melhores opções. Antes de escolher, é
preciso analisar o uso que o material terá em casa.
Fátima Berlitz, 41, engenheira
civil e sócia da Ville Rose Cerâmica, comenta que uma confusão
comum é o consumidor escolher
azulejos para colocar no piso.
A decisão envolve preocupações como a resistência mecânica,
à abrasão e a riscos. "Esmaltados
para pisos precisam ter grau superior a sete na escala Mohs [que
mede a dureza]", ressalta, acrescentando que é preciso estar atento também ao PEI, que mede a resistência do material à abrasão,
em uma escala de um a cinco.
Ela afirma que os esmaltados
são boas opções para a cozinha
por serem mais fáceis de limpar,
mas a designer de interiores Mon
Liu faz suas ressalvas. "São muito
brilhantes e podem causar desconforto visual em quem passa
muito tempo no ambiente."
Para os que já preparam os rolos
para cobrir as paredes da cozinha
com a tinta epóxi -que vai bem
no banheiro-, arquitetos ponderam que nem sempre vale a pena
adotar a técnica.
"Sem um bom sistema de sucção de gordura, é complicado
manter a pintura", diz Soares.
Outro revestimento que requer
cuidado na cozinha são as pastilhas de vidro. "Não é recomendável para quem cozinha muito, porque é difícil limpar o rejunte,
que vai engordurando e escurecendo", afirma Liu.
Cuidados com o chão
Quem acha lindo o ladrilho hidráulico deve ponderar que, por
ser poroso, ele suja com facilidade
e logo fica gasto e envelhecido.
Outro material que encanta a
muitos, o mármore, é contra-indicado para o chão do boxe, por
exemplo, porque, segundo Berlitz, acaba se desgastando.
Engana-se quem acha que o
azulejo deve ficar confinado às
áreas úmidas. Decoradores apontam que ele migrou para outros
cantos da casa.
"A cerâmica fica bem na moldura de lareiras, em faixas de
churrasqueiras ou em tampos para balcões", corrobora Garçon.
Com o material em mãos, quanto mais a combinação escolhida
for diferente, mais criteriosa deve
ser a escolha do profissional que
irá assentá-lo. "Evita surpresas
desagradáveis com o acabamento", lembra Berlitz.
(BRUNA MARTINS FONTES)
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