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"HOME THEATER"
Tapetes, sofás, quadros e até livros podem potencializar ou prejudicar a performance de som e imagem
Tecidos inadequados "queimam" o filme
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Nem sempre o que faz bem aos
olhos agrada aos ouvidos. Conciliar performance com uma decoração que potencialize os atributos do aparelho é o desafio dos
projetistas de "home theater".
"Superfícies muito lisas refletem o som e causam reverberação
e eco", explica Josias Cordeiro Junior, proprietário da Josias Estúdio, que prefere os ambientes
mais aconchegantes.
Quando se trata de obter o melhor desempenho de som e imagem, a decoração pode ser uma
grande aliada. Nesse quesito, tapetes, estofados, quadros e até livros podem ser usados para obter
o som ideal, sem ecos ou abafado.
"Em geral, o equilíbrio acústico
é feito usando o mobiliário", diz
Arnaldo Schver, 49, gerente de
marketing da Illbruck-Sonex.
Engana-se quem acha que os tecidos são meros coadjuvantes estéticos na hora do filme. Em sofás,
tapetes, almofadas e cortinas, eles
são essenciais para determinar se
a sala vai ficar "viva" ou "morta".
Se o espaço tiver muitas superfícies lisas, como a madeira, o vidro
e o piso cerâmico, fica "vivo" porque reflete muito o som. Mas se
predominarem os tecidos pesados, fica "morto", porque estes
absorvem demais o áudio.
Caixas
Quanto aos materiais, Victor
Rainer, 40, sócio-diretor da Memphis Áudio e Vídeo, considera a
madeira a opção mais musical.
"Ela reverbera com o som e cria
um ambiente mais agradável."
A posição das caixas é importante. "As frontais devem ficar na
altura dos ouvidos de uma pessoa
sentada, enquanto é recomendável que as de "surround" fiquem
um metro atrás do sofá e meio
metro acima do ouvido", ensina
Rafael Barros, 55, consultor técnico da Bogart & Mozart.
Não encostar as caixas na parede para evitar que os sons graves
sejam muito acentuados é a dica
de Fernando Nunes, 30, supervisor de treinamento da Disac.
Quando a luz é o foco da atenção, os cuidados são mais simples,
já que a única regra é evitar que
lustres, janelas e luminárias ofusquem a projeção ou a visão.
"Geralmente trabalho com luz
indireta, embutida no teto, para
não atrapalhar", comenta a decoradora Fábia Annunziata Marques, 41. "Mas, como a sala pode
ter outros usos, não deve ficar
sem boa iluminação."
Para criar o clima de escurinho
do cinema, as cortinas geralmente
são escuras, mas não precisam,
necessariamente, ser grossas. Um
modelo muito usado por decoradores é o "blecaute", tecido que fica entre a cortina e a janela e absorve a luz que vem de fora.
Outro recurso comum nos projetos é o "dimmer", que controla
gradualmente a intensidade da
luz, aumentando o conforto visual no ambiente.
Barulho só do lado de fora
Investir no isolamento ou no
tratamento acústico da sala é alternativa da qual só lançam mão
os mais aficionados por som. Ou
quem está muito preocupado
com os ouvidos dos vizinhos e outros habitantes da casa.
Quem sofre com ruas e vizinhança barulhentas demais pode
recorrer a vidros duplos nas janelas, por exemplo.
Nos casos extremos, paredes reforçadas com placas isolantes ajudam a manter o silêncio. Essas
placas podem ser aplicadas sobre
a alvenaria, mas também há a opção de fazer paredes de gesso
acartonado com recheio de material anti-ruído, como a lã de vidro.
Mas, se o caso não for tão grave,
atenção aos vãos de portas e janelas põe fim à questão do excesso
de ruído.
(BRUNA MARTINS FONTES)
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