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CONSUMO
Pressão da água e rateio de despesa no condomínio são os responsáveis
Morador de apartamento gasta mais que o de casa
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Quem mora em prédio pode
consumir mais água por dois motivos. O primeiro, técnico, é o fato
de que em alguns apartamentos a
pressão com que ela chega às saídas é maior do que a verificada
em uma casa, por causa da diferença da altura da caixa-d'água.
"Para gastar menos, deve-se
instalar arejadores [na boca da
torneira, pois reduzem a vazão de
nove para seis litros por minuto] e
restritores de vazão", ensina Fábio Camurri, 34, chefe da área de
engenharia de aplicação da Deca.
"Os arejadores só podem ser
instalados em torneiras de mesa, e
não nas de parede", ressalva Ricardo Chain, 36, engenheiro do
departamento de suporte operacional e qualidade da Sabesp.
A segunda razão é comportamental. Como a cobrança é rateada, muitos não se sentem estimulados a economizar porque sabem que pagarão a conta alheia.
No prédio onde é síndico, o
administrador Sergio Trevisan,
42, conseguiu reduzir em 40% a
conta de água ao consertar vazamentos, instalar torneiras econômicas e corrigir a vazão da água
em diversos apartamentos.
A administradora de condomínios Hubert (0/xx/11/3146-3900)
estréia um sistema para inspecionar vazamentos, substituir válvulas e instalar reguladores de
vazão e medidores individuais.
A Deca também verifica vazamentos e identifica pontos em
que se pode corrigir a pressão e a
vazão de torneiras e registros.
"Em empresas, o investimento
se paga em um período de 6 a 12
meses", estima o engenheiro
Francisco Buonafina, 50, presidente da organização não-governamental Universidade da Água.
Leis
Se em edifícios comerciais o sistema de esgoto a vácuo, que usa
1,2 litro de água na descarga, ajuda a economizar, a tecnologia ainda é financeiramente inviável para o setor residencial, de acordo
com o engenheiro Osvaldo Junior. "Só a bacia custa R$ 1.800."
Em Curitiba, foi aprovada uma
lei determinando que as edificações tenham bacias de seis litros
e medição individualizada para
cada apartamento, além de opções para reutilizar a água.
"A cidade é auto-suficiente
no abastecimento, mas queremos
evitar que, ao atingir 5 milhões de
habitantes em 2010, precisemos
captar água em outras bacias",
afirma o vereador João Cláudio
Derosso (PSDB), 46, presidente
da Câmara e autor do projeto.
Em São Paulo, neste ano, o vereador Ricardo Montoro (PSDB)
propôs um projeto de lei para
multar casos flagrantes de desperdício. O texto foi aprovado na Câmara, mas vetado pela prefeita
Marta Suplicy. Ele estuda reapresentá-lo.
(BRUNA MARTINS FONTES)
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