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OBRA
Método construtivo artesanal e falta de industrialização dificultam o uso
Planta busca a produção das linhas de montagem
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Apesar de bastante elogiado
por sua performance como estrutura, o bambu ainda freqüenta
muito pouco os canteiros. Na opinião de especialistas no material,
essa ausência pode ser explicada
porque a gramínea está fora do
circuito industrializado.
"Não há uma cadeia organizada
de plantio e de distribuição", pontua Armando Lopes Moreno Junior, professor da Faculdade de
Engenharia Civil da Unicamp.
Quem já levantou casas com o
material concorda. "O sistema
construtivo é muito artesanal",
comenta Alejandro Luiz Pereira
da Silva, diretor-presidente do
Instituto do Bambu, que fez um
protótipo de 40 m2 em Maceió.
Para racionalizar o processo,
uma segunda experiência do grupo alagoano conta com pilares, vigas e painéis pré-moldados em
uma casa de 22 m2 que deve ser
inaugurada no próximo dia 13.
Essas estruturas têm "esqueleto" de bambu preenchido com o
que eles batizaram de "microconcreto", material que, em vez de
brita, leva borracha reciclada e
bambu picado.
"Estamos testando um sistema
construtivo em moldes industriais para viabilizar a construção
em maior escala", explica Edson
de Mello Sartori, consultor técnico do Instituto do Bambu.
Estrutura
Para os mais conservadores, o
bambu pode começar a entrar em
campo no lugar da madeira."As
fôrmas podem ser substituídas
por tábuas de bambu, conhecidas
como "esterillas'", sugere a arquiteta Celinna Llerena, da Ebiobambu (Escola de Bioarquitetura e
Centro de Pesquisa e Tecnologia
Experimental em Bambu).
Para fazer as tábuas, abre-se o
bambu como se fosse uma esteira,
que é colocada para secar. Pontaletes (peças de escoramento) de
lajes, canais de irrigação e contenções de encostas são outros usos
que Llerena indica.
Khosrow Ghavami, professor
do Departamento de Engenharia
Civil da PUC-RJ (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), complementa que também é possível estruturar lajes.
Como nos painéis, várias esteiras de bambu recebem varas da
planta na transversal e são recheadas com o concreto. "É um material muito versátil", comenta
Ghavami, que já elaborou até colunas cilíndricas com a planta.
Para fazer um bom uso, entretanto, é preciso ser criterioso na
escolha do bambu. "Para cada espécie há uma finalidade determinada, devido às características de
tamanho, grossura e espessura de
parede", comenta Llerena. Segundo a arquiteta, os bambus atingem a altura máxima aos seis meses e estão maduros depois de três
anos.
(BRUNA MARTINS FONTES)
SITES ÚTEIS:
www.bambubrasileiro.com/ebiobambu e www.abmtenc.civ.puc-rio.br/abmtenc/areas/index.htm
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