São Paulo, domingo, 25 de julho de 2004

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CAMALEÃO

Pisos deixam cinza de lado e imitam materiais como madeira e tijolo

Cores e texturas revelam as faces abstratas do concreto

Divulgação
O concreto estampado foi a opção do arquiteto paisagista Benedito Abbud para a entrada de um condomínio (Crete Systems; tel. 0/xx/11/5181-7991).


BRUNA MARTINS FONTES
EDITORA-ASSISTENTE DE CONSTRUÇÃO E IMÓVEIS

Perto das obras, longe da decoração. A tonalidade cinza do concreto costumava ser motivo para escondê-lo atrás dos revestimentos, mas agora, colorido, ele volta à tona para compor pisos e paredes que mimetizam pedras, madeira, tijolos e cimento queimado.
Os pigmentos, que já tomaram as telhas e blocos há tempos, começam a desviar a atenção pa- ra os pisos feitos com a técnica do concreto estampado. Depois de pronta, a superfície feita com esse material é modelada por fôrmas que determinam a textura do revestimento. Na maioria das vezes, ele se assemelha a pedras, como em placas ou paralelepípedos (leia mais sobre a execução do piso na página 3).
"A grande vantagem é que o piso [de concreto] custa menos do que o de pedra, é rápido de fazer e permite boas combinações de desenhos e de cores", diz o arquiteto paisagista Benedito Abbud, 54.
Pronto entre três e cinco dias, o piso de concreto estampado custa, em média, R$ 30 por metro quadrado, enquanto o preço do de pedra varia de R$ 35 a R$ 140.
O arquiteto Israel Rewin, 60, lançou mão desse tipo de revestimento para substituir pedras de mosaico português que começaram a se soltar de um piso. "Recomendo pela praticidade, mas sua aparência fica artificial", avalia.
Para a arquiteta de interiores Cilene Monteiro Lupi, 41, a imitação de pedras e de madeira é perigosa. "Pode ficar com cara de falsificado", explica. "O melhor é não esconder que é concreto, e sim criar desenhos e efeitos artísticos que valorizem esse material."
"A pedra natural é mais aconchegante e deve ser usada em espaços que pedem mais sofisticação", sugere Abbud.

Intertravados
Velho conhecido de estacionamentos e aeroportos, o piso intertravado (peças de concreto unidas com junta seca) também invade a área externa da casa.
Ele não imita as formas de outros materiais, mas promete facilidade de manutenção. Em caso de reparo, basta tirar as peças, que são assentadas sobre areia, e recolocá-las no lugar.
"Na Europa, usa-se muito o piso mais desgastado, que parece uma pedra bem antiga, lascada", comenta Paulo Sergio Grossi, 42, líder de projeto em pisos intertravados da ABCP (Associação Brasileira de Cimento Portland).



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