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MATERIAIS
Possibilidade de transformar, moldar e recriar é a característica que mais atrai os profissionais que usam pedras
Domínio sobre a natureza seduz decorador
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A característica das pedras que mais seduz arquitetos e decoradores é a possibilidade de trabalhar, recriar, moldar e tornar mais "humana" uma criação da natureza.
Entre as inúmeras possibilidades de modificação, a arquiteta
Heloisa Dabus recomenda a utilização de tons diferentes na colocação de "cabuchons" (pequenas peças intercaladas com placas
maiores), por exemplo.
O arquiteto Aragão Rambelli,
por sua vez, considera charmoso
o piso da sala feito de pedra mineira e afirma que a pedra goiás
"tem uma textura interessante".
Mas, quando o cliente quer sofisticação, o mármore é a escolha.
Pode ser instalado em pisos e paredes. Mas, devido ao preço, geralmente ele só é usado na vertical
em alturas de, no máximo, 1,2 m.
A arquiteta Sandra Picciotto
conta que escolhe uma pedra
também por sua durabilidade,
conforme o local de cobertura.
"Para as áreas internas sociais,
utilizamos mármores brancos,
como o Calacata Oro, arabescato
Vagli ou também o limestone ou
travertino romano bruto. Para as
molhadas, usamos desde granitos
até materiais compostos."
O arquiteto Roberto Negrete
prefere atacar o "mito do mármore no banheiro". Experiente em
projetos desse tipo, ele recomenda o granito. "O mármore representa um desejo coletivo, mas fica
cada vez mais difícil conservá-lo
em contato com a soda dos sabonetes e com a química dos xampus", justifica.
Mármore e granito
Mas nem todo mundo sabe a diferença entre mármore e granito,
as pedras mais comuns do mercado. Uma dica dos especialistas é
observar a quantidade de pigmentos pretos na rocha, que denunciam se tratar de granito.
Segundo Eurípedes Rosa Júnior, da marmoraria Itália, quanto mais pintas estiverem as pedras, mais líquidos elas absorvem.
"O branco-polar, por exemplo, é
pouco absorvente."
Negrete lembra que muitas pedras recebem uma demão de resina hidrófoga (que repele a água).
Mas todas elas mancham se o piso
não for impermeabilizado.
Por isso é importante que o contrapiso esteja completamente seco. "Alerto meus clientes de que o
granito branco-polar, por exemplo, amarela até que fique seco",
afirma Dabus.
Importado
A marmoraria Itália tem investido na importação dos produtos
reconstituídos, conta Rosa Júnior.
"As linhas são feitas a partir de pedaços de mármore e vêm da Espanha, da Itália e até da China."
Como todos os bens importados, os preços ainda são altos: a linha Marmól, de aglomerados de
mármore e resina, custa de R$ 500
a R$ 800 o m2. A seu favor estão a
resistência e a uniformidade superiores às do mármore nacional.
"Já o silestone é até mais duro
que o granito e é normalmente
usado em detalhes de bancadas,
pias e produtos acabados. Custa a
partir de R$ 950 o m2, mas o branco-zeus, o mais vendido, não sai
por menos de US$ 460 o m2.
Por isso a marmoraria trouxe há
dois meses um concorrente do silestone cerca de 10% mais em
conta, o okite. Mas, segundo Rosa
Júnior, o material não é indicado
para trabalhos mais elaborados
-que exijam acabamento arredondado- por ser muito duro.
Para essa finalidade, o mármore
carrara é o melhor material , "mas
não dá nem para raspar um anel,
que ele fica riscado", afirma.
(NATHALIA BARBOZA)
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